Nos últimos quatro anos, apenas metade das pessoas que pediram estatuto de cuidador informal tiveram o processo aprovado. O relatório da Comissão de Acompanhamento, Monitorização e Avaliação do estatuto revela também que só uma minoria de 27% dos pedidos teve direito a subsídio.
São quase sempre elas a cuidar, como mães ou como filhas. Entre 2020 e o final de 2023, o cuidador informal era em 85% dos casos uma mulher, com idade média de 56 anos.
O relatório da Comissão de Acompanhamento, Monitorização e Avaliação do Estatuto do Cuidador Informal, divulgado pelo jornal Público, analisou os dados dos últimos quatro anos. Concluiu que nesse período mais de 33.600 pessoas pediram estatuto de cuidador informal, mas foram aprovados apenas 52% dos requerimentos - ou seja, cerca de 17.000.
O número de pedidos tem vindo a aumentar, mas a Associação Nacional de Cuidadores Informais entende que está ainda longe de refletir a realidade nacional.
“O processo burocrático leva à desistência de muitos”, admite Maria dos Anjos Catapirra, vice-presidente da ssociação.
A par com os pedidos de estatuto, também aumentou o número de requerimentos de subsídio de apoio ao cuidador. Só 27% foram aceites.
Maria dos Anjos Catapirra constata que só uma minoria tem, efetivamente, direito ao apoio monetário.
“Temos de viver à conta das pessoas que cuidados ou, nalguns casos, à conta dos maridos e das esposas.”
Nos últimos quatro anos, o subsídio beneficiou pouco mais de 5.600 cuidadores, num investimento público de 27 milhões de euros.
Agora que o relatório foi divulgado, a Associação Nacional de Cuidadores Informais vai pedir à Secretaria de Estado da Inclusão que explique quais as medidas que o novo Governo pretende implementar para apoiar os cuidadores.