Os tempos de espera nas urgências da grande Lisboa têm estado acima do recomendado. A falta de profissionais de saúde é uma das principais razões para os constrangimentos, numa altura em que as infeções respiratórias como a covid-19 têm vindo a aumentar.
Os sindicatos dos médicos já tinham deixado o aviso. Com a aproximação das férias de verão, a pressão nas urgências iria subir. E é o que tem acontecido.
Na última noite, quem precisou de se dirigir a algum dos hospitais da grande Lisboa teve de esperar várias horas para ser atendido.
A situação normalizou durante a manhã, mas mesmo assim, no Hospital Beatriz Ângelo em Loures, doentes considerados menos urgentes - com pulseira verde - chegaram a ter um tempo de espera superior a 14 horas.
Os constrangimentos aumentam nos serviços de urgência porque há menos médicos. A Ministra da Saúde diz que as escalas de verão são da responsabilidade dos administradores hospitalares.
Os administradores hospitalares defendem a necessidade de autonomia para tomarem decisões. Admitem, no entanto, que é preciso maior rigor na contratação de quem gere hospitais.
Mas as queixas dos constrangimentos não passam apenas pelas escalas de serviços. Os sindicatos médicos insistem na contratação de mais clínicos e acusam o Governo de não estar a cumprir o prometido.
Não faltam apenas médicos no Serviço Nacional de Saúde. Também os enfermeiros se queixam de serem muito poucos para tantos doentes. No Hospital de Vila Franca de Xira, as chefias de enfermagem ponderam mesmo apresentar a demissão.