O líder da Comunidade do Bangladesh em Lisboa avisa que o número de ilegais no país vai aumentar com as novas regras para as migrações. Acusa as autoridades de ignorarem uma população com mais de 40 mil residentes e exposta a muitas situações de risco.
As filas preenchem as ruas do Martim Moniz, a freguesia mais multicultural do país, com 92 nacionalidades.
A mesquita é, todos os dias, o ponto de encontro de 2 mil muçulmanos. Há muito que deixou de oferecer condições de segurança.
“A mesquita não tem uma saída de emergência(...). Se houver algum problema, como um incêndio, ninguém consegue sair. É um grande perigo”, expõe Rana Taslim Uddin, líder da comunidade do Bangladesh.
Acusa as autoridades de ignorarem o problema há 14 anos e de sucessivas promessas falhadas para a construção de um novo lugar de culto.
Queixa-se de falta de apoio a uma comunidade que, em Portugal, já soma quase 50 mil pessoas.
Preocupado com as novas regras para as migrações, o líder da comunidade do Bangladesh avisa que o número de ilegais no país vai aumentar.
“Estamos preocupados”, assume. “As pessoas migrantes que já estão cá, mas ainda não fizeram a manifestação de interesse na AIMA, para onde vão?”, questiona. “Não vão voltar, vão ficar aqui.”
Segundo as novas regras, a manifestação de interesse é extinta e os imigrantes que querem trabalhar em Portugal têm de pedir nos consulados portugueses um visto de trabalho antes de entrarem no país.