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Relatos de comentários racistas e misóginos no Parlamento são "absolutamente fidedignos", diz Pedro Delgado Alves

Segundo o deputado socialista, o problema já vem da legislatura passada e não é novidade. Isabel Moreira, colega de bancada de Pedro Delgado Alves, denunciou comentários racistas e misóginos por parte dos deputados do Chega.

SIC Notícias

O deputado do PS, Pedro Delgado Alves, disse esta terça-feira que os insultos racista e misóginos denunciados pela colega de bancada, Isabel Moreira, são verdadeiros e que é uma situação que já vem da anterior legislatura.

"O que a senhora deputada deu nota é absolutamente fidedigno. Corresponde a relatos que foram partilhados em reuniões de grupos parlamentares. Um dos episódios de que deu nota, aliás, ouvi o testemunho em primeira pessoa de uma senhora deputada a quem aquilo foi dito", afirmou à SIC Notícias.

De acordo com Pedro Delgado Alves, quando os comentários ocorrem na sessão plenária, muitas vezes, não são identificáveis, mas, noutras circunstâncias, são "perfeitamente audíveis e compreensíveis".

"O que a senhora deputada disse não é nada de novo ou que não se soubesse", rematou.

A deputada do Partido Socialista, Isabel Moreira, acusou esta terça-feira o Chega de fazer comentários racistas e misóginos no Parlamento, em declarações à rádio Observador. Descreve um dia-a-dia infernal na Assembleia da República num clima de ofensas constantes.

"Uma ofensa e uma injúria permanente, sobretudo das mulheres, quando estamos a passar para falar, em que eu já ouvi coisas como vaca, mugidos, nomes que normalmente se chamam a deputadas assumidamente lésbicas que eu não vou repetir em voz alta, já ouvi, por exemplo, quando uma deputada negra, ao meio-dia dizer: 'boa noite, senhora deputada', que é uma coisa normal de se dizer ao meio-dia a uma pessoa negra", referiu.

Isabel Moreira revela que as mulheres são os principais alvos dos insultos e que as ofensas, vindas da bancada do partido de André Ventura, são proferidas com o microfone desligado para que não possam ser responsabilizados.

"As piores ofensas, intimidações, fazem-no de microfone fechado, para não serem ouvidos e para serem só ouvidos pela pessoa que estão a injuriar, sempre mulheres, ou quase sempre mulheres, ou fazem nos corredores, quando estamos sozinhas e ninguém está a ouvir", esclareceu a deputada socialista.

Em reação às declarações de Isabel Moreira, André Ventura desafiou quem tem provas contra os deputados do Chega a mostrá-las. Há um ano, também a revista Sábado falava em bullying na Assembleia e denunciava ofensas feitas, principalmente, a deputados da esquerda política como Isabel Moreira, Inês Sousa Real, Rui Tavares, ou Catarina Martins.

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