As doenças sexualmente transmissíveis estão a aumentar em Portugal e não existe um plano de prevenção e controlo. Os especialistas estão preocupados, mas a Direção-Geral da Saúde (DGS) não esclarece se o plano interrompido pela pandemia vai ser retomado.
Ainda sob liderança de Graça Freitas, em novembro de 2019 a DGS criou uma extensa task force para desenhar um plano de prevenção e controlo das infeções sexualmente transmissíveis, mas a pandemia obrigou à suspensão do trabalho iniciado.
Segundo adianta o jornal Público esta quarta-feira, em quatro anos este grupo avançou apenas com algumas recomendações e normas clínicas, que não estão a ser aplicadas.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), foram reportados na Europa 70.881 mil casos de gonorreia em 2022, o maior número da última década.
Em Portugal houve um crescimento de quase 50% em relação ao ano anterior – foram registados 1.252 casos desta doença em 2021 e 2.253 em 2022.
A clamídia é a infeção mais reportada e afeta sobretudo mulheres entre os 20 e 24 anos. Na Europa foram notificados 216.508 casos e em Portugal 1.501 (quando no ano anterior se registavam 914 casos).
Portugal é o sexto entre os 29 analisados com mais casos de sífilis. Em 2022 foram reportados 1.534 casos, quando em 2021 havia 1.144 casos. Já na Europa, contabilizaram-se mais de 35 mil pessoas com a doença.
O ECDC deixou claro o alerta para a necessidade imediata de mais medidas urgentes de prevenção.
Ao jornal Público, a DGS não esclareceu se o trabalho da task force vai ou não ser retomado, embora concorde com a necessidade de intensificar uma resposta. Destaca ainda o esforço feito nos últimos anos para aumentar o número de testes de diagnóstico e promover o uso do preservativo.
A SIC tentou obter esclarecimentos ao longo da manhã, mas até ao momento não obteve resposta da DGS.