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MAI recebe PSP e GNR, centenas de polícias frente ao Ministério

Na sequência da falta de policiamento que motivou o adiamento do Famalicão-Sporting, o ministro da Administração Interna reuniu-se com os responsáveis máximos das forças de segurança.

TIAGO PETINGA

SIC Notícias

O ministro Administração Interna reuniu-se este domingo com o comandante-geral da GNR e com o comandante nacional da PSP no Ministério. No Terreiro do Paço centenas de agentes em apoio aos responsáveis da PSP e GNR esperavam no exterior que deste encontro "saia alguma luz".

Num comunicado da noite de sábado do Ministério da Administração Interna anunciou a abertura de um inquérito às baixas médicas apresentadas pelos polícias e que resultaram no adiamento do jogo Famalicão-Sporting por falta de agentes.

Cerca de 300 polícias frente ao Ministério da Administração Interna

Maioritariamente vestidos de negro e sem quaisquer cartazes, as cerca de três centenas de polícias concentraram-se, tranquilamente, no Terreiro do Paço, naquele que Humberto Alvão, do Sindicato Unificado da Polícia, classificou como um "movimento espontâneo".

"Estamos aqui em apoio ao comandante da GNR e ao diretor nacional da PSP. Espero que se faça luz e que saia daqui alguma coisa positiva. Não perspetivo nada de negativo porque não fizemos nada ilegal", afirmou Humberto Alvão aos jornalistas.

De acordo com o sindicalista, a situação que os profissionais mais contestam em relação à atuação do Governo é "a ausência de palavras por parte do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da administração Interna, José Luís Carneiro.

"Acabam por vir só com ameaças, em vez de palavras de apoio. Já deixámos bem claro que não vamos parar enquanto não virmos a situação resolvida. As manifestações estão a aumentar, isso é claro. Torna-se difícil e incompreensível o silêncio do primeiro-ministro e do ministro da administração interna", apontou.

Sindicato Nacional da Polícia avisa para futuros boicotes

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia avisa que o descontentamento dos agentes pode pôr em causa as eleições legislativas e ter consequências para outro tipo de eventos em todo o país.

Em entrevista na SIC Notícias, Armando Ferreira explicou que para além dos jogos de futebol, como aconteceu este sábado com o Famalicão-Sporting, também as eleições no dia 10 de março podem estar em risco. Declarações que levaram o Ministério da Administração Interna (MAI) a reagir e informar que será aberto um inquérito à atividade da PSP no contexto dos próximos atos eleitorais.

Na SIC Notícias, o presidente deste sindicato acusou o Governo de ignorar os problemas das forças de segurança e pediu ainda ao Presidente da República e ao primeiro-ministro que se apercebam do problema que podem ter em mãos.

GNR diz que não foi ato de insubordinação


A Associação dos Profissionais da Guarda lamenta que tenha sido preciso o cancelamento de um jogo de futebol para o Governo se preocupar com as forças de segurança.

O vice-presidente da Associação de Profissionais da Guarda considera que o que aconteceu não foi um ato de insubordinação e garante que as forças de segurança estavam presentes no momento dos desacatos no exterior do estádio em Famalicão.

Os representantes da GNR condenam a reação da Liga Portuguesa de Futebol, que acusam de nunca se ter preocupado com os profissionais.

Costa deverá responder à carta das forças de segurança na segunda-feira

O primeiro-ministro deverá dar uma resposta amanhã, segunda-feira, à carta enviada no sábado pelos sindicatos e associações das forças de segurança para São Bento, avança o Expresso.

Ontem, o primeiro-ministro disse que o documento ainda não lhe tinha chegado às mãos, mas que responderia quando a recebesse.

O caso está a ser visto como urgente pelo gabinete de Costa que considera que os polícias recorreram a uma forma de protesto inaceitável que qualifica de “insubordinação gravíssima”.

Apesar de não ter reagido publicamente, também o Presidente da República está a acompanhar o assunto, adianta o Expresso.

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