Depois de um mais um adiamento, devem começar esta terça-feira a ser ouvidos os detidos por suspeitas de corrupção na Madeira. O arranque da sessão está marcado para as 10:30 no Campus de Justiça, em Lisboa.
O primeiro a ser inquirido deverá ser o empresário Custódio Correia. Segue-se o outro empresário detido Avelino Farinha, sendo que o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, será o último a falar perante o juiz.
Os três foram detidos na quarta-feira. Os advogados ponderam pedir que sejam libertados antes do final dos interrogatórios.
As medidas de coação poderão ser conhecidas apenas no final desta semana.
Buscas e investigação
Segundo fonte judicial, o processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, e os arguidos e os advogados tiveram na sexta-feira acesso aos factos em causa e aos elementos de prova sobre o caso desencadeado pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP).
Ainda de acordo com fonte judicial, o inquérito vai começar pelo empresário Custódio Correia, que é o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, seguindo-se Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e, por último, o presidente da Câmara do Funchal
Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em vários zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.
No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD).
De acordo com a Polícia Judiciária, nesta operação estão em causa suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.