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Ondas gigantes levam turistas todo o ano à Nazaré - e a pequena vila está a mudar com as pressões

Se antigamente o verão era a época forte na Nazaré, a descoberta pelo mundo das ondas gigantes, faz com que agora haja turistas todo o ano na vila. O investimento na hotelaria tem sido avultado, mas também tem trazido consequências, especialmente na habitação.

Ricardo Venâncio

Paulo Fajardo

Na última década, as ondas gigantes mudaram a face da Nazaré. Os mares de gente que apenas davam à costa no verão é uma realidade ultrapassada.

A grande procura turística permite aos promotores da vila alargar as ofertas. O grupo Miramar, por exemplo, investiu na recuperação de banhos salgados quentes, uma terapia com mais de um século de história na vila e que se tinha perdido com o tempo.

Nos dois hotéis deste grupo, a taxa média de ocupação é de 80%, na maioria estrangeiros. Prevê-se meio milhão de euros em investimentos, mas as perspetivas não são todas agradáveis: o cliente alterou-se e, com isso, também mudou a tradicional imagem de verão da terra, das nazarenas a rigor com quartos para arrendar.

Orlanda Veríssimo é uma das que tem investido no alojamento local e rendeu-se às marcações pela internet, mas, no verão, ainda vai para a rua com a sua placa. Quartos para turistas sempre existiram, mas as ondas gigantes aumentaram a pressão. Só na sede do concelho, o número de alojamentos locais registados ultrapassa um milhar.

A renda de um T2 na Nazaré pode agora custar mais de 800 euros mensais e, por isso, a autarquia quer construir para já 66 fogos. Certo é que o mar continua a ser fonte de riqueza, mesmo que em vez de peixe, a faina seja agora da onda perfeita, que atrai gente de todo o mundo.

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