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Elevador da Glória: Seguro pede respostas e responsabilidades sem entrar na questão política

Candidato presidencial considera que "os portugueses têm direito à verdade e têm direito ao apuramento das responsabilidades", mas discussões sobre demissão são "assunto da vida partidária".

Lusa

SIC Notícias

O candidato presidencial António José Seguro pediu esta segunda-feira respostas urgentes e apuramento das responsabilidade no acidente do elevador da Glória, alegando que os "portugueses têm direito à verdade", mas recusando-se a entrar nas questões políticas por serem da "vida partidária".

"A questão da demissão ou não demissão do presidente da Câmara de Lisboa é um assunto da vida partidária, e eu aí não entro. A minha preocupação é com a segurança dos portugueses, como é que foi possível esta tragédia e o que é que vai ser feito para impedir que tragédias como estas voltem a repetir-se", respondeu aos jornalistas António José Seguro no final de um encontro com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas.

Na opinião do candidato presidencial, "os portugueses têm direito à verdade e têm direito ao apuramento das responsabilidades". 

"E, sobretudo, têm direito a respostas para perguntas tão simples. Como é que o sistema de travagem não funcionou? Como é que as inspeções são feitas nas zonas que não são visíveis que são objeto de investigação diária? Nós precisamos destas respostas e precisamos destas respostas já", exigiu.

Responsabilidades políticas? Sim, mas...

Questionado sobre se não faria sentido discutir as responsabilidades políticas, Seguro concordou, mas remeteu para os partidos essa discussão por considerar que não lhe compete a si como candidato presidencial.

"Eu volto a dizer que a minha preocupação é com a segurança dos portugueses. Se o Presidente da República entende que deve entrar nesse debate, é um entendimento dele. O meu entendimento é diferente", respondeu, quando questionado sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa de domingo.

Marcelo diz que Moedas tem "responsabilidade política"

O Presidente da República afirmou que o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, tem "responsabilidade política" sobre o acidente no elevador da Glória, mas considera que não faz sentido falar em demissão a um mês de eleições.

Para Seguro, é preciso ter confiança cada vez que se entra num transporte público ou se passa numa ponte e "a segurança dos portugueses é uma das obrigações principais do Estado".

Outra pergunta para a qual o ex-líder do PS quer resposta tem a ver com o sistema de travagem, que "foi acionado, mas não funcionou". 

"Diz-se no pré-relatório que nunca funcionaria e só agora é que descobriram isso? Foi preciso haver uma tragédia para chegar a esta situação? Tem que haver responsabilidades, quais eram os organismos, quais eram os responsáveis? Morreram 16 pessoas", apelou.

"Não se pode estar à espera um ano ou seis meses"

Na opinião de Seguro "estas perguntas precisam de respostas e não se pode estar à espera um ano ou seis meses" para que elas apareçam uma vez que têm que ser dadas "em tempo útil". 

"Os portugueses têm direito à verdade e só a verdade é que gera confiança. Este é o meu foco como candidato a Presidente da República, o resto eu deixo para os partidos", enfatizou.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

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