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Buscas na Madeira: "Este regime está podre e é preciso mudar"

O dirigiente socialista Paulo Cafôfo pediu eleições antecipadas para devolver a confiança nas instituições democráticas aos madeirenses. O ex-autarca do Funchal insinua ainda que existe duplo critério nas decisões do Presidente da República

SIC Notícias

Paulo Cafôfo considerou esta sexta-feira na SIC Notícias que existem critérios diferentes do Presidente da República entre a demissão do Governo nacional e regional e defendeu eleições antecipadas na Madeira, após a renúncia de Miguel Albuquerque.

“O PS defende que Miguel Albuquerque não tinha condições políticas para continuar, mas não tem condições também o governo de continuar a subsistir”, comentou, de início, Paulo Cafôfo, ex-presidente da Câmara do Funchal e dirigente do PS Madeira.

Da mesma forma, o ex-autarca relembrou que “é o momento de tomar decisões”, mas que o PS não se esquece do “legado de suspeitas e corrupção e interesses ligados ao PSD e ao Governo regional”.

No que diz respeito à estabilidade parlamentar, que o PSD advoga estando coligado com o CDS e tendo um acordo parlamentar com o PAN, a perspetiva de Paulo Cafôfo difere.

“Estabilidade não existe, temos um Governo sem maioria absoluta, foi um partido que teve já em coligação com CDS e teve de ter acordo parlamentar com PAN, qual é a estabilidade? Este Governo não tem condições, este regime está podre e é preciso mudar, esta megaoperação nunca vista na região não foi só sobre Miguel Albuquerque e Pedro Calado”, destacou o dirigente socialista.

No entanto, o Presidente da República já veio esclarecer que só daqui a dois meses é que poderia demitir o Governo regional, tendo havido eleições em setembro. Para além disso, Marcelo Rebelo de Sousa até sugeriu um nome que assegurasse a presidência da Madeira.

Isto, para Paulo Cafôfo, não é solução.

“Eu tenho toda a estima pelo Presidente da República, mas a única forma dos madeirenses terem uma confiança no Governo e instituilões democráticas que estão feridas com esta megaoperação são eleições antecipadas", reforçou.

Por último, Cafôfo ainda argumentou que, no caso de António Costa, este demitiu-se tendo uma maioria absoluta e que, mesmo assim, não foi aceite um nome para o substituir, tendo Marcelo convocado eleições.

Agora, na Madeira, Cafôfo acusa de incongruência, sendo que nem existe maioria absoluta.

"A única forma é devolver a palavra às pessoas, eleitores, para que possa surgir outro quadro parlamentar que dê a estabilidade”, terminou.

Miguel Albuquerque renunciou ao cargo da presidência regional da Madeira esta sexta-feira.

Ao que a SIC apurou, o substituto deverá ser Tranquada Gomes, que foi presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira entre 2015 e 2019. A indicação terá sido dada pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

O advogado de profissão foi também deputado regional e não exerceu qualquer cargo executivo, uma das condições impostas para que Marcelo aceite um novo Governo regional, segundo avançou o Expresso.

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