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Albuquerque recusa demitir-se, mas há dois meses tinha outra opinião (sobre Costa)

O presidente regional da Madeira foi alvo de buscas e constituído arguido por suspeita de corrupção e prevaricação. O mesmo se sucedeu em novembro a pessoas próximas de António Costa, podendo o mesmo estar visado na Operação Influencer. Na altura, Albuquerque defendia a demissão. Agora, o seu caso parece ser diferente.

Augusto Madureira

O presidente do Governo regional da Madeira foi constituído arguido por suspeita de corrupção, mas não se demite. Há dois meses, Miguel Albuquerque defendeu a demissão do primeiro-ministro.

O presidente do Governo regional da Madeira foi constituído arguido por suspeita de crimes de corrupção, prevaricação e participação económica em negócio.

Em Novembro, considerou que o primeiro-ministro não tinha condições para se manter em funções, mas. agora, neste caso, diz que não se vai demitir.

Quando esta quarta-feira à tarde falou aos jornalistas, ainda havia buscas a decorrer no Funchal. Miguel Albuquerque ainda não era arguido.

“É um inquérito que tem a ver com obras públicas. Não há corrupção, a mim ninguém me compra”, disse o presidente regional.

Horas depois, Albuquerque passou de suspeito a arguido. Uma hipótese que já tinha antecipado.

“O estatuto de arguido é previsto na lei para pessoas poderem defender e apresentar os contra-argumentos (…) Se for constituído arguido vou ficar para apresentar minha defesa”, elaborou.

Há menos de três meses, no entanto, sobre a Operação Influencer e o Governo, o tom de Albuquerque era outro.

A 7 de novembro afirmava que as buscas contribuíam para o descrédito das instituições democráticas.

“Com o ministro arguido e com o próprio chefe de gabinete detido, para o primeiro-ministro tornava-se muito difícil continuar a governar”, considerou.

Agora…

“Eu não me demito, a pior condição é ser suspeito”, argumentou.

O presidente do Governo regional da Madeira é por inerência membro do Conselho de Estado. Por isso, tem imunidade e sabe que não pode ser detido.

Há depois as legislativas, dentro de mês e meio, e admite que o caso pode servir de argumento de ataque da oposição, mas diz que está de consciência tranquila e que, além disso, confia nos eleitores da Madeira.

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