A antiga dirigente do CDS-PP Cecília Meireles acusou este domingo o atual secretário-geral do PS de ser "reciclado", e de já ter escolhido nos últimos anos qual o setor a apoiar através do PRR, a "economia clientelar do Estado".
Numa intervenção na convenção da Alternativa Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas de 10 de março), a antiga deputada e secretária de Estado do Turismo apelou ao voto útil.
"Se aquilo que queremos é mudar, então sabemos bem que feitas as contas, contados todos os cenários há uma coisa que é inegável. Só há duas pessoas em Portugal que podem ser primeiros-ministros: um é mais do mesmo, um reciclado, outro está aqui nesta sala, quem quer mudar, vota AD", disse, referindo-se a Luís Montenegro.
Cecília Meireles, que por opção própria está fora das listas de candidatos a deputados da AD, criticou a intenção já anunciada pelo líder do PS de, se for primeiro-ministro, escolher cirurgicamente os setores da economia a apoiar.
"Então o que tem a dizer é que o problema económico de Portugal é que as empresas foram apoiadas de mais e de forma indiscriminada?", criticou.
A antiga deputada considerou que "o PS já escolheu um setor estratégico a apoiar", quando destinou 70% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência ao Estado.
"É o setor das empresas que trabalham para o Estado e que são clientes do Estado, isso é uma economia clientelar, e isso não é estratégico", disse.
Cecília Meireles recordou ainda o episódio da indemnização à ex-gestora da TAP Alexandra Reis, que o então ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos não se recordou inicialmente de ter autorizado.
"Em qualquer país do mundo, este ministro teria sido demitido por falta de responsabilidade política, em Portugal é candidato a primeiro-ministro. O povo julgará", apelou.