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Acumulação de cargos de ex-CEO da TAP? Pedro Nuno Santos "sem certeza" da ilegalidade

Confrontado com a acumulação de cargos de Christine Ourmières-Widener, em que uma terá sido omissa, Pedro Nuno Santos diz não ter certezas da ilegalidade e refere que o contrato foi feito por equipas jurídicas.

Rita Rogado

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, diz que não tem a certeza se a acumulação de funções da ex-CEO da TAP com outras empresas foi ilegal. Realça que o contrato foi feito com o acompanhamento das equipas de advogados das duas partes. No entanto, assume "todas as responsabilidades" políticas do dossiê enquanto ministro das Infraestruturas.

Christine Ourmières-Widener foi autorizada a acumular cargo na TAP com administração de duas empresas, a ZerAvia e a Met Office. No entanto, terá sido omisso em relação a uma terceira, na qual era administradora com o marido.

Questionado esta sexta-feira sobre a acumulação de funções, o ex-ministro das Infraestruturas assume as "responsabilidades políticas" por tudo o que se fez na companhia aérea portuguesa, mas reafirma que o contrato com Christine Ourmières-Widener foi feito por equipas jurídicas e, como tal, "cada um faz a sua parte".

"Era ministro das Infraestruturas, não sou jurista, não sou advogado, cada um faz a sua parte", afirma, acrescentando que diferentes equipas jurídicas podem ter "diferentes interpretações".

No final de uma visita ao CEiiA -- Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos, o novo líder do Partido Socialista volta a salientar o que disse no dia anterior e que diz ser “motivo de orgulho”: com ele, a TAP passou de uma empresa "falida", com 100 milhões de prejuízo, para uma empresa "com lucro". Acusa ainda os políticos de tentar “diminuir a TAP”.

O dirigente socialista lembra ainda que "não foi responsável” pelo despedimento de Christine Ourmières-Widener.

A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas e do seu secretário de Estado e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

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