A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusa o Governo de ignorar os internos e assegura que estes profissionais são vítimas de abuso laboral em várias instituições. Para a FNAM, uma das situações mais graves ocorre nas urgências, onde os internos têm servido para colmatar a falta de especialistas, o que pode colocar em risco a segurança dos doentes.
Números publicados na segunda-feira revelam que um em cada quatro médicos internos apresenta sintomas graves de ‘burnout’ e que 55,3% estão em risco de desenvolver essa síndrome. Esses dados não surpreendem a FNAM, que passou a receber cada vez mais queixas destes profissionais, em especial no último trimestre.
Maior problema está nas urgências, diz federação
Mas para a Federação Nacional dos Médicos, que acusa muitas instituições hospitalares de abuso laboral em relação aos internos, o maior problema estará nas urgências. A FNAM garante que os internos são pressionados a assegurar as escalas do serviço de urgência externa para lá do limite legal e a fazer urgência interna em áreas para as quais não estão habilitados. A solução, adianta a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, está nas mãos do próximo Governo.
De acordo com os sindicatos, os médicos internos representam, nesta altura, um terço dos clínicos do Serviço Nacional de Saúde.