A partir de janeiro, a contagem das horas extraordinárias volta ao ponto de partida. Com os contadores no zero, os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) só podem voltar a recusar trabalho suplementar depois de cumprirem as 150 horas de horas extraordinárias impostas pela lei.
Nos últimos três meses, quase três mil médicos aderiram ao protesto que teve efeitos quase imediatos nas escalas dos hospitais, várias administrações admitiram dificuldades em completar as equipas.
"Haverá serviços que vão esgotar essas horas extraordinárias no mês de fevereiro. A grande maioria desses hospitais distritais esgotam as horas extraordinárias no fim de março, porque os médicos fazem pelo menos 12 horas extraordinárias por semana, portanto em março já teremos um panorama complexo", explicou a porta-voz do movimento Médicos em Luta.
O Médicos em Luta diz que o protesto vai prosseguir e até ver não há nenhuma razão para interromper.
"A luta estará em moldes semelhantes, poderá inclusivamente aumentar de tom, porque os médicos estão profundamente insatisfeitos, sentem-se traídos porque construíram um SNS de grande qualidade reconhecido internacionalmente", refere.
Este movimento espera respostas na campanha eleitoral e desafia os partidos políticos a dizerem de forma clara o que propõem para o SNS.