A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social terá sido informada de que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa previa investir 30 milhões no projeto de internacionalização no Brasil.
O jornal Público avança que existem documentos que provam que o ex-Provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, tinha avisado a tutela há dois anos. Os valores definidos estão presentes em Planos de Atividades e Orçamento aprovados – e enviados para a Direção-Geral de Orçamento, assim como em atas de reuniões, elementos da mesa da Santa casa e em e-mails.
No entanto, a ministra Ana Mendes Godinho não revelou essa informação quando foi ao Parlamento, a 27 de setembro, para falar da situação financeira da Santa Casa. Disse apenas que não lhe foi "pedida autorização para outra intervenção ou para outra operação de investimento que não fosse esta autorização para a constituição inicial da sociedade"
A atual provedora, Ana Jorge, anunciou, em setembro, que tinham sido detetadas irregularidades durante uma auditoria. Neste negócio, foram gastos 27 milhões de euros, apesar de, segundo Ana Jorge, o Governo só ter autorizado uma despesa inicial de cinco milhões.
Os indícios estão a ser investigados pela Procuradoria-Geral da República.