O Presidente da República admitiu esta segunda-feira que há cerca de quatro anos recebeu um email do seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre o caso das gémeas luso-brasileiros tratadas no Hospital de Santa Maria.
Marcelo diz que não ter razões para se demitir, visto que enviou todos os documentos, relacionados com o caso das gémeas luso-brasileiras, para a Procuradoria-Geral da República. Já Bernardo Ferrão, da SIC, considera, igualmente, que o Presidente mantém condições para continuar no cargo.
“O Presidente nunca deixa de ser pai do filho do Presidente. Ou seja, se Nuno Rebelo de Sousa liga ou manda email ao pai, que é Presidente da República, a pedir ajuda para tratar de um caso, numa relação normal pai e filho, o Presidente da República deveria ter dito que isto não se trata assim. Mas, não o fez”, referiu Bernardo Ferrão.
E acrescentou:
“Portanto, aquilo assume uma formalidade de troca de correspondência que isso é que é completamente estranho.”
Após essa mensagem enviada pelo filho, da qual Marcelo garante que não tinha memória, desencadeou-se uma troca de emails entre a Casa Civil da Presidência da República, o filho de Marcelo e a unidade hospitalar.
Para Bernardo Ferrão, o que o está a fragilizar o Presidente da República é o facto de Marcelo ter dado andamento ao pedido do filho.
"O Presidente da República não só recebeu o email e ainda dá andamento a esse email. Ele é neutral, mas eu não acho natural uma neutralidade no reencaminhamento desse email, sendo ele Presidente e estando em causa um assunto de foro pessoal do filho dele”, rematou.