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“Aquilo que diz Cavaco faz a defesa do que Pedro Nuno Santos tem vindo a defender”

No “Expresso da Manhã” desta segunda-feira, Paulo Baldaia diz que o artigo de Cavaco Silva vai ao encontro do "argumentário político de Pedro Nuno Santos na defesa de que não é preciso tanta pressa em reduzir o défice ou em reduzir a dívida pública".

SIC Notícias

Segunda-feira é dia de “Expresso da Manhã”. Na análise à política nacional, Paulo Baldaia apresenta as possíveis alianças pós-eleitorais, incluindo a possibilidade de uma nova geringonça. Comenta também as palavras de Cavaco Silva num artigo de opinião publicado esta segunda-feira e o futuro da linha de alta velocidade que, de acordo com António Costa, precisa do aval do PSD e do futuro líder do PS para avançar.

A três meses das eleições já se discute que alianças podem ser feitas após as legislativas de 10 de março. Pedro Nuno Santos admite uma nova geringonça, mas Paulo Raimundo diz que a questão nem se coloca.

Para Paulo Baldaia, “seguramente o Partido Socialista terá que dar bastante mais do que deu em 2015 para poder contar com os partidos à esquerda”.

“Terá que haver compromissos maiores, terá que haver ganhos políticos logo à partida para o PCP, para o Bloco, mesmo para o Livre ou para o PAN”, sublinha o comentador da SIC.

À direita, André Ventura tem puxado pela questão das coligações para acusar o PSD de entregar o poder ao PS.

"Luís Montenegro deixou duas coisas muito claras. A primeira é de que não formará Governo se não vencer as eleições, mesmo que a maioria esteja à direita. A segunda é que, formando o Governo, não fará um acordo com o Chega.

Tudo isto é verdade para ele próprio, Luís Montenegro, mas ele avisa que o PSD tem uma palavra a dizer, o que significa que mesmo sem o PSD ganhar eleições, mas se a maioria estiver à direita, Luís Montenegro pode deixar de ser líder do PSD e alguém no PSD fazer a geringonça à direita", explica Paulo Baldaia.

Construção da linha de alta velocidade

António Costa diz que o comboio de alta velocidade só avança se o próximo líder do PS e Luís Montenegro estiverem de acordo. O Presidente da República diz que tudo o que depende do PRR deve avançar porque são questões administrativas e projetos já contratualizados.

"O Presidente da República tem razão. O Orçamento foi aprovado exatamente para permitir que algumas coisas pudessem avançar no país com verbas do PRR que estão já contratualizadas.

O antigo ministro das Infraestruturas João Galamba, quando foi ao Parlamento defender o Orçamento, e toda a gente estranhou que, já havendo uma crise política estivesse lá João Galamba. A primeira coisa e a coisa mais importante que ele foi dizer a propósito do Orçamento é que se não fosse aprovada a obra do TGV para Lisboa-Porto, o país iria perder 750 milhões de euros em fundos comunitários", explica.

O comentador da SIC considera que há aqui uma questão política que António Costa quer salvaguardar, mas perante este cenário, não é de esperar que quer o PSD quer o próximo líder do PS estejam contra o lançamento da obra do TGV.

Palavras de Cavaco vs posição de Pedro Nuno Santos

O antigo Presidente da República defende num artigo de opinião, que assina esta segunda-feira, no jornal Público, que a ideia de "contas certas" é uma tentativa "do poder socialista para iludir os portugueses" e esconder "a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros".

“Aquilo que diz Cavaco faz a defesa do que Pedro Nuno Santos tem vindo a defender”, considera Paulo Baldaia.


Nuno Santos tem vindo a defender que “devia haver menos pressa em reduzir o défice e menos pressa em reduzir a dívida, ou seja, menos contas certas que é esse o termo que se utiliza e contra o qual Cavaco Silva está”.

"O que diz o artigo de Cavaco Silva, que é contas certas não é apenas ter saldos positivos, é utilizar o dinheiro para fazer aquilo que o país necessita.

Ora, isso tem sido argumentário político de Pedro Nuno Santos na defesa de que não é preciso tanta pressa em reduzir o défice ou em reduzir a dívida pública", conclui.

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