O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou-se esta terça-feira a responder se tem algum tipo de envolvimento no caso das gémeas de origem brasileira tratadas no Hospital Santa Maria.
“Não me pronuncio sobre um inquérito contra desconhecidos", disse o chefe de Estado, que limitou-se a saudar a abertura de inquérito. “Foi aberta e bem um inquérito. Tinha falado nisso no dia 4 de novembro. É importante esclarecer esta matéria. Estou satisfeito”.
Entenda o caso
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que o Ministério Público (MP) está a investigar o caso das gémeas de origem brasileira tratadas no Hospital Santa Maria com um dos medicamentos mais caros do mundo, revelou esta sexta-feira
Na origem deste caso está uma reportagem da TVI, transmitida no início de novembro, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo -- para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.
Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que negou entretanto qualquer interferência.
No momento, “o Presidente apaga-se”
Depois do lançamento do livro “Elementos de Política Constitucional”, do vice-presidente do PSD Paulo Rangel, Marcelo parou para (não) responder a maioria das questões dos jornalistas.
Questionado sobre o que apontam as sondagens, como o crescimento da extrema-direita, o Presidente explicou que entramos “num novo tempo”, em que “o Presidente apaga-se”.
“Entrou-se num novo tempo, que tem três tempos. O primeiro é dos partidos, com programas, congressos, debate entre partidos, eleições. O segundo é o do povo, o do voto. Depois há o tempo do Presidente, da formação de Governo, tentanto encontrar no quadro definido pelo povo o espaço e a fórmula que correspondam mais àquilo que foi a intenção do voto popular. Isto significa que, nesta primeira fase, o Presidente apaga-se".
Sobre o data em que vai exonerar o primeiro-ministro, Marcelo confirmou que, terminando a votação do Orçamento do Estado, vai fazê-lo “nos primeiros dias de dezembro”.