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"Candidatos do PS têm de ter cuidado para não darem trunfos à oposição"

Paulo Baldaia, comentador SIC, analisa a relação entre António Costa e o Presidente da República, mas especialmente o aumento de tensão na campanha interna do Partido Socialista.

Paulo Baldaia

Paulo Baldeia, comentador SIC e jornalista do Expresso, analisa esta segunda-feira a atualidade da política nacional, tanto as eleições internas no Partido Socialista, cujas tensões estão a aumentar, como a relação azeda entre Presidente da República e o primeiro-ministro demissionário António Costa.

Pedro Nuno Santos criticou José Luís Carneiro por não fazer suficiente combate à direita e o ministro da Administração Interna respondeu que “não aceita lições”.

Para Paulo Baldaia estas declarações não são graves e é o normal decorrer de eleições e que só terá espaço para piorar.

“Eu diria que os dois candidatos têm de ter cuidado, a temperatura começa a subir e a tendência é para ir piorando, assim que se aproxima o ato eleitoral, quem está à frente e se sente ameaçado vai-se distanciado. As declarações que um e outro fizeram nas são graves, significa só que tem posturas diferentes. A campanha se começa assim, os candidatos têm de ter cuidado em nome do Partido Socialista para não darem trunfos à oposição, porque parte em vantagem para as legislativas”, esclarece o jornalista.

Apesar do futuro parecer mais risonho para Pedro Nuno Santos enquanto líder do Partido Socialista, dando a impressão que tem a sua máquina eleitoral preparada para montar em pouco tempo, José Luís Carneiro tem vindo a recuperar fôlego desde a apresentação da sua candidatura, tendo entrado com o pé esquerdo nesta campanha interna.

“Eu diria que basta ouvir Pedro Nuno Santos para achar que José Luís Carneiro está a recuperar, o dia em que anunciou teve azar, porque nesse momento o primeiro-ministro procurou fazer uma declaração do país. Foi recebendo apoios e alimentando a noção que a candidatura está a crescer com pesos pesados do PS”, diz Paulo Baldaia.

Para além esta tensão acumulada dentro do PS, também a relação entre Presidente da República e primeiro-ministro continua a piorar, mesmo com o futuro resolvido.

Nestes dias, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao país que António Costa pediu para chamar a Belém a Procuradora-Geral da República e o primeiro-ministro demissionário não o confirmou e reiterou que não comenta publicamente conversas com o chefe de Estado.

“Dá para perceber que não tem volta a dar, ajuda o facto de estar anunciada a demissão do primeiro-ministro a partir da primeira semana de dezembro, haverá dissolução da Assembleia da República e eleições antecipadas, mas a relação já estava muito má, difícil”; analisa o comentador da SIC.

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