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Urgências do Santa Maria registam recorde de afluência dos últimos dois meses

O encerramento de urgências na região de Lisboa e Vale do Tejo obriga a um esforço extra nas urgências do hospital Santa Maria. O diretor do serviço apela aos doentes não urgentes para se dirigirem aos cuidados primários.

SIC Notícias

O hospital Santa Maria, em Lisboa, registou esta sexta-feira o recorde de afluência ao serviço de urgência dos últimos dois meses. Os constrangimentos nas escalas de vários hospitais na região de Lisboa e Vale do Tejo estão a aumentar a pressão no Santa Maria. A situação pode piorar na próxima semana.

Foram atendidos 470 casos urgentes, o número mais elevado desde o início de outubro, estando a passar por um período "extraordinariamente duro", disse o diretor do serviço de Urgência, João Gouveia. Este número representa um aumento de 50% em relação ao mesmo dia da semana anterior.

“Estamos a tentar dar resposta a esses doentes e por isso pedimos que todas as pessoa tenham compreensão e que venham só à urgência se precisarem”, apela João Gouveia.

O diretor do serviço de urgência garante que, apesar de “alguns atrasos”, os profissionais de saúde estão a conseguir “dar resposta a todos os doentes”. No caso dos doentes não urgentes – identificados com a pulseira verde – o atraso ronda, este sábado, as sete horas e meia.

“É muito impo que as pessoas contactem a Saúde24 e, no caso de precisarem de cuidados médicos, que se dirigem aos cuidados de saúde primária. No caso da área de influência do Santa Maria, temos cuidados primários abertos até às 18:00 de hoje [sábado]. Não há necessidade de virem para o serviço de urgência, esperarem, poderem ter complicações por esperarem e ainda prejudicarem o atendimento de outros doentes”, explica o especialista.

Os profissionais de saúde estão preocupados que este aumento de afluência possa ter impacto no tratamento de patologias tempo-dependentes – em que é necessário um tratamento mais rápido – e nos doentes graves e emergentes. João Gouveia lembra que é preferível que o doente chegue ao hospital “acompanhado pelo INEM do que pelos próprios pés”.

O aumento da afluência está relacionado com a falta de médicos e problema em completar as escalas noutros hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, o que obriga ao encerramento das urgências de várias especialidades e ao encaminhamento de doentes para o Santa Maria vindos de outras zonas.

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