José Luís Carneiro pode não ser o candidato mais mediático, mas sem dúvida que a sua experiência de mais de duas décadas na política, nos bastidores, o colocariam numa boa posição para ser líder do Partido Socialista. Mas menos mediático significa, também, o menos polémico da ala “costista” que se encontra manchada com as últimas polémicas que assolaram o Partido Socialista na última e curta legislatura de quase dois anos.
Nascido em Baião, no distrito do Porto, a 4 de outubro de 1971, José Luís Carneiro focou-se no serviço público, desde cedo. Os primeiros passos foram dados onde cresceu, ao ter sido eleito vereador na Câmara Municipal de Baião em 1998, aos 27 anos.
Nessa idade, Luís Carneiro já se teria licenciado em Relações Internacionais na Universidade Lusíada do Porto e concluído o Mestrado em Estudos Africanos no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
A par do serviço público, José Luís Carneiro também se lançou como docente universitário, primeiro na Universidade Lusíada de Lisboa, e também na do Porto, e no Instituto Superior de Ciências de Informação e Administração, em Aveiro.
As aéreas de especialidade do agora ministro e futuro candidato à liderança do Partido Socialista na universidade eram as Relações Internacionais e Economia.
Alguns anos após a vereação, o atual ministro da Administração Interna foi eleito em 2005 deputado à Assembleia da República e, no mesmo ano, chegou a Presidente da Câmara de Baião, com 50,88% dos votos a serem atribuídos ao PS.
Desta forma, José Luís Carneiro impediu que a governação social-democrata se estende-se para lá dos 10 anos em Baião, tendo sido, ao longo da democracia, uma câmara tendencialmente socialista.
Nas duas eleições autárquicas seguintes (2009 e 2013), foi reeleito com votações ainda mais expressivas, solidificando uma pequena mancha cor-de-rosa no mapa português.
Ainda como Presidente da Câmara, José Luís Carneiro regressou ao Parlamento como deputado em outubro de 2015. Mas nem teve tempo para aquecer o banco na bancada parlamentar socialista, tendo em conta que em novembro desse mesmo ano tomou posso como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas no Governo da “geringonça”.
Em 2019, pode cumprir o seu cargo de deputado no Parlamento, mas logo em 2022 voltou a saltar para o “outro lado”, tendo tomado posse como Ministro da Administração Interna do XXIII Governo.
Dentro do Partido Socialista
Apesar de muitos já cantarem vitória garantida a Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro sabe o que é ir a eleições internas e, também, ganhá-las. Exemplo disso foi o tempo em que foi eleito Presidente da Federação Distrital do Porto do PS em 2012.
Foi, também, Presidente da Associação Nacional dos Autarcas Socialista durante um ano (2014-2015) e, da mesma forma, membro do Secretariado Nacional e da Comissão Nacional do Partido Socialista.
O agora ministro, e candidato a secretário-geral do PS, tem oito livros publicados e provavelmente espera poder abrir um novo capítulo, e maior, na sua vida profissional maioritariamente focada na política.
As eleições diretas do Partido Socialista estão agendadas para 16 e 17 de dezembro. O líder escolhido será consagrado no Congresso socialista marcado para o primeiro fim de semana de janeiro.