Vítor Matos, jornalista do Expresso, analisa a atualidade política, nomeadamente o panorama interno partidário do Partido Socialista. Faz ainda um apanhado da segunda semana de crise política.
Para Vítor Matos existem perfis diferentes nos apoios a José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, havendo incongruências ideológicas, mas com sentido no panorama político socialista.
“Não podemos estabelecer aquilo que seria expectável, que é um perfil do centro-direita, porque Francisco Assis baralhou estas contas, ele pertence teoricamente, à ala direita do PS, mas apareceu com Pedro Nuno Santos no dia da apresentação”, explica o jornalista de política do Expresso.
Para além disso, existe outro aspeto para o jornalista que é “interessante” e que se torna evidente com o apoio de Fernando Medina a José Luís Carneiro
“Ele não apoia [José Luís Carneiro] por achar que ele pode vir a ser líder do PS ou vir a ser um grande primeiro-ministro, uma visão de futuro do país. Ele diz que o apoia por causa das contas certas e por ser o candidato da continuidade”, refere.
Vítor Matos explica ainda que nos partidos políticos, quando há uma disputa interna, as pessoas alinham-se porque concordam com candidato ou tiveram sempre alinhados com eles, mas há muitos que se alinham pelo simples facto de não poderem estar ao lado de um determinado candidato.
“A posição de Medina, ele basicamente apoia José Luís Carneiro, porque ele é oposição ao Pedro Pedro Nuno Santos”, determina.
A respeito da semana “alucinante”, que marca quase 10 dias da instalação da crise política, existem pormenores a polir, todos os dias, que concerne a Operação Influencer e o modo de atuação do Ministério Público.
“Lapsos nas escutas telefónicas, Galamba demitiu-se, detidos na operação foram libertados, indício de corrupção caiu, novela Centeno, partidos apresentaram propostas de alterações ao Orçamento do Estado, o aumento do IUC caiu, palavras duras para a Procuradora, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos candidatos à liderança do PS. Ainda podíamos juntar aqui mais e mais coisas, prevê-se que possamos continuar a este ritmo”, conclui o jornalista.