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"Passos Coelho foi a pessoa do PSD mais clara e direta, o Chega não é anti-democrático"

Luís Delgado expõe as vantagens de Pedro Nuno Santos para liderar o Partido Socialista, o tópico em Belém entre Costa e Marcelo e, também, a abordagem do PSD para reconquistar o voto da direita.

SIC Notícias

Luís Delgado, comentador SIC, analisa a atualidade política, desde a conversa do primeiro-ministro com Presidente da República esta terça-feira, até às estratégias de campanha da direita e esquerda para ganhar as próximas legislativas.

Com a demissão do ministro João Galamba, que iria ser o tema central entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa esta terça-feira em Belém, os dois chefes de Estado terão de conversar, já, sobre quem o irá substituir e os passos a tomar até, pelo menos, dezembro, quando o Governo entrará em modo de gestão.

"Quem é que substitui e o Presidente da República (PR) tem de dar posse a essa pessoa, será o primeiro assunto. Depois o primeiro-ministro e o PR têm de falar de tudo, O PR tomou a decisão e certamente que esta conversa será uma daquelas que trocarão impressões sobre o presente, o que aconteceu e o futuro", expõe Luís Delgado.

A respeito do discurso do candidato oficial a secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, o comentador SIC refere que o socialista irá ganhar mais treino na oratória e que tem a sua estratégia já delineada.

"Foi um bom discurso, ainda se nota que não tem habilidade de grande carisma ou de improvisar e fazer um discurso arrebatador, isso ganha-se com andamento, a diferença que faz Pedro Nuno Santos para outro candidato é decisiva para o PS, a diferença geracional e de alteração de colocação do PS no espectro político, está mais à esquerda do que este Governo estava, mas o facto de estar consigo Francisco Assis, significa que PS quer buscar eleitores no centro e no centro direita", analisa Luís Delgado.

Para o comentador SIC, Pedro Nuno Santos corporiza “a nova esquerda muito mais preocupada e focada nas questões do emprego, habitação, salários” e "representa a rutura que é importante para a salvação do PS".

Mais. O candidato à liderança socialista está próximo dos partidos de esquerda que, como referiu Mariana Mortágua, têm como prioridade não deixar a direita governar.

Para Luís Delgado, tanto esquerda como a direita terão de apontar os perigos dos dois lados para ganhar.

"Toda a esquerda estará com cálculo importante, todos sabem que o Chega será o partido que mais vai subir, o PSD só poderá vir a formar Governo com o Chega. Passos Coelho foi a pessoa do PSD mais clara e direta, o Chega não é anti democrático representa o pensamento de portugueses que estão insatisfeitos com o que se está a passar na nossa política nos últimos 50 anos", acrescenta.

A respeito da estratégia eleitoral de Luís Montenegro, o comentador SIC compreende que o líder social-democrata terá de fazer também contas, tendo em conta que não conseguirá governar sozinho, sem que haja instabilidade.

“Nesta fase, Luís Montenegro tem de dar a ideia de que nunca na vida se vai coligar com o Chega, mas o nunca na vida na política não existe, está a tentar que os eleitores de centro e centro direita não olhem para o Chega, seguindo a estratégia de António Costa quando teve a maioria absoluta, que culpou os partidos da geringonça de criar instabilidade por votar contra o Orçamento. Montenegro tem de dar a ideia do voto útil”, conclui.

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