Numa entrevista conduzida por Ana Patrícia Carvalho, André Ventura abordou a crise política que o país vive mergulhado devido à Operação Influencer, a luta pela liderança do Partido Socialista e as eleições legislativas marcadas para o próximo ano.
Esta segunda-feira, Pedro Nuno Santos anunciou a candidatura à sucessão de António Costa como secretário-geral do Partido Socialista. Caso o ex-ministro das Infraestruturas vença a corrida, o líder do Chega disse que o agora candidato não pode apagar o seu passado como ministro.
"Não sei quem vencerá as eleições internas no partido Socialista, mas face à previsível vitória de Pedro Nuno Santos e à forma como se apresenta. Parece que Pedro Nuno Santos não esteve ligado a este Governo e à trapalhadas da TAP", começou por dizer Ventura.
"Exijo a quem estiver à frente do Partido Socialista seja digno daquilo que nos trouxe a esta situação. O PS trouxe-nos para esta situação. Pedro Nuno Santos trouxe-nos para esta situação, não é alguém de fora", acrescentou.
Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro: eis a questão
Após a queda do Governo de António Costa, e a consequente saída da liderança do Partido Socialista, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos são neste momentos os únicos candidatos à sucessão. Para André Ventura é-lhe indiferente quem vença a corrida ao Largo do Rato, considerando ambos “fracos”.
"Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro como adversários? É indiferente. São os dois fracos. Sendo Pedro Nuno Santos, vou responsabiliza-lo pelo estado que deixou o país", atirou.
A ambição do Chega nas eleições legislativas
"O Chega decidiu a ir a eleições sozinho. Estamos a seis pontos dos principais partidos. O nosso objetivo é vencer. É ser o partido mais votado. Se o Chega vencer, vai ser um Governo de direita, sem geringonças, com reformas", referiu.
“Marcelo não irá inviabilizar um Governo de Direita com o Chega”
Questionado sobre um eventual Governo formado numa coligação PSD e Chega, Ventura afirmou que o Presidente da República não irá inviabilizar um Governo de Direita com o Chega, confidenciando uma conversa que tivera com Marcelo Rebelo de Sousa, aquando das eleições regionais dos Açores.
“O Presidente da República disse-me uma vez que não inviabilizou um Governo com o Chega nos Açores e que também não iria fazer num cenário no Governo geral. Deduzi que Marcelo Rebelo de Sousa não se oporá a um Governo com o Chega. Assim é que é a democracia. São os portugueses que escolhem o Governo não é o Presidente da República”, garantiu.