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Ministério Público pode dividir Operação Influencer em inquéritos autónomos

O Ministério Público tem 30 dias para apresentar o recurso das medidas de coação aplicadas na Operação Influencer. A dúvida é saber se vai insistir na prisão preventiva para Vítor Escária e Lacerda Machado.

Sofia Cordeiro Coelho

O Ministério Público não se conforma com as medidas de coação aplicadas aos cinco detidos no âmbito da Operação Infleuncer. O MP pedia a prisão preventiva do ex-chefe de gabinete e do agora ex-melhor amigo do primeiro-ministro, dois dos principais intervenientes no processo.

O juiz de instrução até deixou preto no branco que é "intenso o perigo de fuga" por parte de Lacerda Machado e Vitor Escária, sobretudo por causa das ligações que têm à Guiné Bissau e Angola.

Ainda assim, o magistrado entendeu que a privação da liberdade é " claramente desproporcional à luza pena que previsivelmente virá a ser aplicada"

Foi optado, assim, por proibir os dois arguidos de saírem para o estrangeiro com a entrega do passaporte, além de obrigar Diogo Lacerda Machado a pagar uma caução de 150 mil euros.

O Ministério Público, que não se conforma com a decisão, tem 30 dias para apresentar o recurso ao Tribunal da Relação.

As explicações dos arguidos durante os interrogatórios podem ter alterado a convicção dos procuradores. Não se sabe também se as defesas de Lacerda Machado e Vítor Escária irão recorrer das medidas a que ficaram sujeitos.

O inquérito deixou de estar em segredo de justiça interno, o que significa que advogados e arguidos podem agora ter acesso a todos os volumes deste mega processo, nascido há quatro anos.

Quais os próximos passos?

Ao que a SIC apurou, o Ministério Público pode vir a dividi-lo em inquéritos autónomos, que investiguem isoladamente o caso do Data Center e as suspeitas sobre os negócios do hidrogénio e as do lítio.

Poderá ser um dos próximos passos depois da derrota do Ministério Público no primeiro confronto em tribunal.

Presidente da APA diz desconhecer suspeitas

Nuno Lacasta não chegou a ser detido, mas também foi constituído arguido neste processo. O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reagiu esta terça-feira pela primeira vez desde que a investigação foi tornada pública.

Garante que sempre cumpriu a lei e que está disponível para prestar todos os esclarecimentos, mas diz que ainda desconhece as suspeitas do ministério público.

O presidente da APA é suspeito de beneficiar a empresa Start Campus ao facilitar a aprovação do mega do projeto do Data Center, em Sines, numa área que estava classificada como zona especial de conservação.

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