As buscas na residência oficial do primeiro-ministro revelaram 75.800 euros em dinheiro vivo escondidos no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa. A descoberta “muda a perceção que tínhamos do caso” e tem um “efeito brutal” para o PS, consideram Bernardo Ferrão e Sebastião Bugalho.
“De onde é que vem esse dinheiro? Como é que é possível? Ter aquele dinheiro escondido em envelopes, livros e garrafas de vinho…”, questiona Bernardo Ferrão.
Infiltração no Governo?
Sebastião Bugalho alerta para uma notícia avançada pelo Expresso que dá conta que o chefe de gabinete do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, que classifica como o “centro nevrálgico da produção legislativa do país”, tinha sido assessor jurídico do data center de Sines.
“Isto é uma infiltração de quadros próximos da empresa diretamente no Governo”, afirma.
Acrescenta ainda que é cada vez menos crível que António Costa não soubesse.
Negócios com “influências abismais”
José Gomes Ferreira diz-se convencido que a maior parte dos investimentos no projeto de Sines “são para pagar rendas a quem os detinha e não para benefício do país”.
“Estão a constituir-se empresas que são verdadeiros produtos financeiros para quem as detém. Tudo isto dá dinheiro a muita gente”, sublinha.
Adianta também que para se conseguirem fazer este tipo de negócios há “influências abismais” e manifesta uma preocupação “muito grande”.
“Tenho uma preocupação muito grande: estes senhores estão todos nos cargos, exceto os que foram detidos. Vamos deixar que quem está continue a aceitar estes projetos até ao fim?”, questiona.