Marcelo Rebelo de Sousa ouve esta quarta-feira os partidos com assento parlamentar, antes do Conselho de Estado, que terá lugar na quinta-feira, para depois avançar para uma eventual dissolução do Parlamento, na sequência da demissão do primeiro-ministro. Na análise à atual crise política, Paulo Baldaia acha que o "Presidente da República ou dissolve já ou anuncia que vai dissolver e depois a formalização é no final do mês ou no final do ano" e que são dois protagonistas esperados num futuro eleitoral.
O comentador da SIC sublinha que do lado do PSD deixou de haver dúvidas sobre se Luís Montegro é ou não a pessoa ideal.
“Estava tudo à espera das Europeias para perceber se o PSD fazia ou não um bom resultado, havia muita gente a pensar no regresso de Pedro Passos Coelho, alguns a pensarem em Carlos Moedas. Essa questão deixou de existir e, portanto, o PSD vai a eleições legislativas com Luís Montenegro, sobre isso já não há dúvida nenhuma”, explica Paulo Baldaia.
Sobre eventuais alianças à direita, nas declarações desta terça-feira, Montenegro afastou essa hipótese, mas o comentador da SIC lembra que em política tudo pode acontecer,
“Luís Montenegro foi uma vez mais muito claro a dizer que um não é um não, mas na política um não é um não agora, mas pode não ser, porque imaginando que o país fica ingovernável, deixa de ser possível encontrar uma maioria à direita ou à esquerda (…) É preciso resolver, é preciso governar e só se consegue governar com o apoio do Chega”, realça.
Paulo Baldaia considera que este contexto político é altamente favorável ao Chega: “Por uma razão muito simples, o Chega só tem que esperar sentado, porque tudo isto favorece a narrativa do Chega de um país que tem corrupção, de um sistema que não funciona, a necessidade de uma quarta República”.
À esquerda, “não há como pensar que terá outra pessoa se não Pedro Nuno Santos. A questão é saber quem é que no Partido Socialista, para além de Daniel Adrião, que costuma ser candidato mesmo contra Costa, quem é que dá ala entre centro-direita dentro do Partido Socialista vai avançar. É pouco provável que seja Fernando Medina a avançar, mas alguém terá que avançar”.
O comentador da SIC considera que o Presidente da República não irá aceitar um novo governo socialista.
“Não faz grande sentido nesta altura imaginar que Marcelo Rebelo de Sousa poderia ter um governo de transição para ter eleições e daqui a meio ano ou daqui a um ano, o Presidente da República ou dissolve já o anuncia que vai dissolver e depois a formalização é no final do mês ou ou ou no final do ano, mais do que isso não será, mas será Pedro Nuno Santos, com certeza, a disputar as eleições com Luís Montenegro. Na política tudo pode acontecer, nunca se deve ser muito definitivo, mas a maior probabilidade é termos Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos", diz Paulo Baldaia.