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O antes, o durante e o depois do "adeus" de António Costa

Primeiro foram as buscas, depois as detenções e, de repente, a demissão de António Costa. A partir daí rolaram as reações e o silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa. Saiba tudo o que aconteceu no “adeus” ao António Costa.

Maria Madalena Freire

Lusa

Chegou agora a casa? Saiba tudo o que aconteceu no dia de demissão de António Costa. O que levou à saída do primeiro-ministro, as reações de Marcelo e dos partidos políticos. Dia 7 de novembro ficará o “adeus” do primeiro-ministro da maioria absoluta.

8:57

A SIC deu em primeira mão que o Ministério Público realizava buscas num processo que envolve João Galamba, Matos Fernandes e Lacerda Machado

Pelo menos cinco pessoas foram detidas, entre os quais o empresário Diogo Lacerda Machado e o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária. Em causa está um processo que investiga os negócios do hidrogénio e do lítio.

A informação foi confirmada oficialmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) numa nota divulgada ao final da manhã desta terça-feira, na qual justifica as detenções.

A PGR considera que se verificam "os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas".

Foram realizadas sob a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) 17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicílio de advogado e 20 buscas não domiciliárias, nomeadamente, em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro; no Ministério do Ambiente e da Ação Climática; no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima; na Câmara Municipal de Sines e na sede de outras entidades públicas e de empresas.

10:17

A assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirma à Lusa a existência de buscas no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, acrescentando que não há comentários por parte de São Bento à ação da justiça.

10:30

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe o primeiro-ministro no Palácio de Belém, em Lisboa, a pedido de António Costa.

11:00 - 13:00

Após as notícias, foi tempo para as reações partidos, nas quais a Iniciativa Liberal disse que a situação é um "problema político gravíssimo", André Ventura insistiu que Costa "tem de dar uma explicação ao país".

Já o PAN aconselhou António Costa a aproveitar "esta oportunidade para mexer de facto no Governo", o BE pediu justiça célere "doa a quem doer" na investigação sobre lítio e o Livre esclareceu que só fazia "juízo político" após explicações de António Costa.

Perante todas as notícias, também Augusto Santos Silva, em declarações à Renascença, diz que buscas em São Bento "não parecem ter a dimensão de um casinho".

12:00

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido pelo Ministério Público no inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde.

"O Ministério Público procedeu ainda à constituição como arguidos de outros suspeitos da prática de factos investigados nos autos, designadamente do Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente", indica a mesma nota da PGR, citando assim João Galamba e Nuno Lacasta nesta investigação.

12:07

O PSD convoca uma reunião de urgência da Comissão Permanente (núcleo duro da direção) do partido "perante a gravidade da situação que envolve a base central do Governo" e promete falar "ao país" no final.

13:10

António Costa regressa a Belém, onde o encontro foi curto e seguiu-se à deslocação da procuradora-geral da República ao Palácio de Belém.

13:57

É noticiado que a Procuradora-Geral da República se deslocou a Belém para ser recebida pelo Presidente da República, após uma primeira reunião entre o primeiro-ministro e Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da investigação sobre os negócios do lítio e do hidrogénio

14:00

Cerca de meia hora depois das 14:00, António Costa falou ao país confirmando que apresentou a sua demissão ao Presidente da República, como a SIC deu em primeira mão.

"Dediquei-me de alma e coração a servir o país" e "estava disposto a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram", mas "fui hoje surpreendido com a informação da Procuradoria-Geral da República de que já foi ou irá ser instaurado um processo crime contra mim", vincou António Costa, garantindo estar "disponível para colaborar com a justiça para apurar toda a verdade".

A garantia de que não se vai recandidatar foi deixada por António Costa nas perguntas aos jornalistas, assegurando que se manterá em funções até chegar "quem me vai substituir".

14:10

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) confirmou que esta terça-feira, dia 7 de novembro, "estiveram nas instalações de Lisboa autoridades competentes, no âmbito de uma investigação que está a decorrer, tendo sido prestada toda a colaboração solicitada".

A AICEP assegura, porém, que "não foram constituídos arguidos".

15:00

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceita a demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro e convoca os partidos com assento parlamentar para quarta-feira e o Conselho de Estado para quinta-feira, anunciando que falará ao país a seguir.

17:00

REN confirma que foi alvo de buscas.

17:15

PS agradece ao agora ex-primeiro-ministro: "Obrigada, António Costa".

18:00

Em São Bento, e depois de ter recebido o presidente do PS, Carlos César, António Costa está reunido com Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência.

Entretanto, à sede nacional do PSD chegou Luís Montenegro.

Na casa de João Galamba, em Lisboa, o advogado saiu há poucos minutos.

18:45

O PS presta declarações, em que o presidente do partido optou por um discurso mais focado no legado de António Costa, recusando emitir quaisquer juízos sobre o que deve ou não fazer o chefe de Estado.

Carlos César vincou que a avaliação sobre o que se segue cabe ao Presidente da República é ao chefe de Estado que compete “avaliar e comunicar o seu juízo próprio”.

19:00

Quem ainda não falou foi o Partido Social Democrata, que continua reunido, com a presença de Luís Montenegro.

Já o Presidente da República, não se espera mais até quinta-feira, após a reunião com os partidos políticos e o Conselho de Estado.

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