País

Urgências: sindicatos dizem que Governo tenta "apagar um fogo que há muito se previa"

O Executivo e os médicos reconhecem que o sistema de horas extra criado nos últimos anos tem sido fundamental para o funcionamento dos serviços de saúde. No entanto, os profissionais de saúde exigem mudanças.

Diogo Martins

SIC Notícias

Os sindicatos dos médicos dizem que a falta de resposta nas urgências hospitalares é da inteira responsabilidade do Governo que acusam de estar a ser intransigente nas negociações. Para haver acordo, os médicos exigem a reposição dos salários e das 35 horas semanais de trabalho para todos.

As escalas de urgência do Santa Maria têm sido conseguidas com base na negociação, por vezes difícil, com os profissionais de saúde, assume a direção clínica do hospital, em declarações à SIC.

O Governo e os médicos reconhecem que o sistema de horas extra criado nos últimos anos tem sido fundamental para o funcionamento dos serviços de saúde.

Em novembro, praticamente todos os hospitais terão médicos a recusar fazer mais do que as 150 horas extraordinárias. A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde espera um mês complexo, talvez o pior em 44 anos, algo que os sindicatos concordam.

"Se acontecer alguma fatalidade ou algum problema com algum doente, isto só tem um responsável: a política praticada pelo Ministério da Saúde e pelo Dr. Manuel Pizarro", defende Joana Bordalo, representante da Federação Nacional dos Médicos, que acrescenta que o Governo tenta agora “apagar um fogo que há muito se previa”.

Equipas fixas nas urgências é uma medida que “peca por tardia”

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) concorda com a intenção de se criarem equipas fixas nas urgências, mas diz que a medida vem tarde.

"Nós aqui há uns anos propusemos ao Ministério da Saúde a regulamentação deste tipo de equipas. Peca por tardia porque vai aliviar os colegas de outras especialidades para terem mais atividade programada", diz à SIC Jorge Roque da Cunha, do SIM.

Há meses que Governo e sindicatos estão a negociar e haverá nova reunião na sexta-feira. Os sindicatos dizem que só assinam um acordo
se as duas grandes exigências forem aceites: a reposição das 35 horas e dos salários.

Garantem não estar alheios a todas as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde e, por isso, as exigências que fazem podem não ser para o imediato.

Últimas