O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) alerta que novembro pode ser o mês mais difícil de sempre para os hospitais públicos, se não houver acordo entre médicos e o Governo.
Em entrevista ao jornal Público, publicada esta terça-feira, Fernando Araújo afirma que os profissionais devem “reclamar direitos, mas de uma forma que seja eticamente irrepreensível”.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde vai receber os principais representantes dos médicos para retomar as negociações. Fernando Araújo revela que a questão das 150 horas extra está a condicionar o processo de reorganização das urgências.
“O que é que temos estado a fazer do ponto de vista das urgências em várias dimensões? Temos o projeto-piloto da Póvoa de Varzim-Vila do Conde que agora vai entrar na segunda fase”, refere.
O responsável pelo SNS avisa ainda que, em breve, as urgências hospitalares estarão abertas apenas para doentes referenciados pela linha de saúde 24.
“Se temos neste momento falta de horas na urgência, estarmos agora a reduzir o número de horas global é um contrassenso. Mas acho que é algo que tem que ficar em cima da mesa, porque, caso contrário, o médico passa a maior parte do tempo na urgência”, conclui Fernando Araújo.