Por semana são apenas quatro as ligações da Ryanair entre o continente e Ponta Delgada. A medida aplica-se a São Miguel e à ilha Terceira e está em vigor desde 1 de outubro. O que a companhia irlandesa de baixo custo fazia num dia, faz agora em sete, o que tem impacto no turismo da região.
“São 150 mil dormidas afetadas. Isto não quer dizer que vamos perder as 150 mil por falta de lugares porque, provavelmente, a TAP e a SATA hão-de fazer alguma compensação desse valor. Agora, uma coisa é certa, a oferta da TAP e da SATA não é a oferta da Ryanair”, alerta Mário Fortuna.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada deixa claro, no entanto, que essa “compensação nunca vai ser total”.
A diminuição do número de voos já está a ter um forte impacto na economia das ilhas, nomeadamente ao nível de reservas de unidades hoteleiras e carros, entre outros parâmetros, adianta ainda Mário Fortuna.
As negociações lideradas pelo Governo dos Açores não conseguiram evitar o fecho da base da Ryanair na região, o que se traduz em menos 50 postos de trabalho.
A companhia irlandesa justifica a decisão com o aumento de custos da operação, sobretudo das taxas aeroportuárias. Os cortes que aplicou aos Açores ameaçam também a Madeira pelas mesmas razões.
A redução do número de voos acontece apenas durante a época baixa, não estando para já afetados os voos previstos para o próximo verão.