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"Vende-se tenda por 500€": estudantes de Coimbra protestam contra preços de arrendamento

O presidente da associação académica, diz que é "difícil encontrar quartos abaixo dos 250 euros sem despesas" e, quando se encontram, são em casas com condições precárias ou arrendados sem contrato.

Nelson Mateus

SIC Notícias

A Associação Académica de Coimbra (ACC) montou, na noite desta segunda-feira, um acampamento improvisado no campus na universidade, para exigir respostas para a falta de alojamento para os alunos deslocados. Os estudantes acusam o Governo de não ter soluções para o problema, como nos explica o repórter SIC Nelson Mateus.

O acampamento, montado entre a Faculdade de Letras e a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, arrancou às 20:00 desta segunda-feira e termina na madrugada de terça-feira, tendo como objetivo chamar a atenção para a falta de habitação de qualidade e a preços acessíveis para a comunidade estudantil da cidade, disse à agência Lusa o presidente da AAC, João Caseiro.

"Não se perspetiva um futuro melhor, porque as medidas aplicadas, nomeadamente para estudantes bolseiros deslocados, a médio e longo prazo não resolvem o problema central, que é o aumento desmedido e desregulado do preço das rendas ", explicou.

Segundo João Caseiro, é "difícil encontrar quartos abaixo dos 250 euros sem despesas" e, quando se encontram, são quartos em casas com condições precárias ou arrendados sem contrato.

"Há casos de pessoas que se conhecem que vivem em estúdios partilhados, mais estudantes a viver em zonas periféricas ou casos em que acabam por se sujeitar a alojamentos com condições mais precárias", referiu o presidente da AAC.

Segundo o dirigente estudantil, "os preços têm vindo sempre a aumentar, porque não há qualquer regulação por parte do Estado", considerando que os maiores beneficiários do reforço do complemento para o alojamento acabam por ser os senhorios, que "continuam a aumentar o preço".

Aumento da oferta pública

Para além da regulação do mercado de arrendamento, João Caseiro considera que seria importante um aumento da oferta pública de habitação, seja através do Estado ou da autarquia, considerando que o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior tem-se revelado um "fracasso" e a oferta prevista não será suficiente.

Na perspetiva do dirigente estudantil, a habitação será, de momento, "o principal entrave à frequência no ensino superior", podendo aumentar as desigualdades e promover uma elitização desse ensino.

O acampamento promovido pela AAC também será uma oportunidade para "discutir e ouvir" os problemas que cada estudante enfrenta, disse João Caseiro.

Com Lusa

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