A Comissão de Utentes do Centro de Saúde de Marvila (CUSM) fez esta segunda-feira uma vigília à porta da unidade para exigir mais profissionais e melhores condições de atendimento. Há mais de 14 mil utentes que não têm médico de família.
Maria Teixeira não esconde as dores que sente numa perna. Chegou ao centro de saúde ainda antes das portas abrirem, para tentar ser vista por um médico. Diz, sem conseguir conter as lágrimas, que tem “dores horríveis”.
A situação é ainda mais complicada para os utentes que, tal como Maria Emília, não têm médico de família. A alternativa é virem o mais cedo possível para conseguirem uma marcação.
O problema não é de agora e há a CUSM tem vindo a chamar a atenção para as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde primários.
“Sentimos que há respostas essenciais que não são dadas, como a questão dos profissionais de saúde e dos médicos de família. Enquanto as pessoas sentirem essa insegurança em termos de resposta, o mínimo que se devia fazer era abrir a sala de espera”, afirma Sara Canavezes, da Comissão de Utentes.
O Centro de Saúde de Marvila tem nove médicos para cerca de 25 mil pessoas - mais de metade sem médico de família.