Em todo o mundo, os novos casos de cancro em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 80% desde 1999. Ter um estilo de vida saudável contribui para reduzir o risco de cancro, como por exemplo, fazer exercício físico, não fumar, limitar o consumo de bebidas alcoólicas e bebidas açucaradas e manter uma dieta equilibrada.
No entanto, quando um cancro aparece antes dos 50 anos, os médicos vão à procura de causas hereditárias, alguma história familiar ou algum fator genético que possa ter causado predisposição para o aparecimento da doença, disse em entrevista a médica e professora Marília Cravo.
O aumento do número de cancro em jovens adultos é algo que se tem “vindo a constatar”, mas para o qual “não existe uma explicação”, referiu, lembrando que, “classicamente, o cancro é uma doença do envelhecimento”.
Fazer rastreios para determinados tipos de cancro, como por exemplo o do cólon - um dos que tem surgido em idades cada vez mais jovens - “é uma hipótese”, defendeu a gastrenterologista no Primeiro Jornal. Em Portugal, o rastreio para o cancro do cólon é feito aos 50 anos. Os Estados Unidos mudaram a idade do rastreio para os 45 anos.
Marília Cravo lembrou que as pessoas “não são todas iguais” e que há pessoas com um estilo de vida saudável a quem aparecem cancros. “Pode haver genes de suscetibilidade”, afirmou.
Em Portugal, a incidência de cancro também tem aumentado. Em 2019, foram registados quase 60 mil novos casos, 12% deles em pessoas com menos de 50 anos.