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Crato: milhares de peixes apareceram mortos em ribeira, denuncia clube

Clube Amadores de Caça e Pesca Desportiva do Crato denuncia descargas poluentes constantes na ribeira de Seda. Presidente da Câmara garante que têm feito várias queixas.

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SIC Notícias

Lusa

Milhares de peixes e outros animais estão a aparecer mortos numa ribeira que passa junto à vila do Crato, denunciou esta quinta-feira um clube de caçadores e pescadores do concelho, no distrito de Portalegre.

Numa nota publicada na sua página na rede social Facebook, acompanhada de vídeos e fotos, os responsáveis do Clube Amadores de Caça e Pesca Desportiva do Crato referem que as descargas poluentes na ribeira de Seda "são uma constante há vários anos".

Segundo o clube, a origem de algumas descargas está identificada, mas nada é feito para colocar um ponto final na situação. Por isso, diz, é hora de a população se unir e "dizer basta".

"Aquilo que presenciámos aqui hoje é uma catástrofe ambiental e que nos próximos dias irá piorar bastante. Todas as espécies que ainda lutam pela sobrevivência irão morrer", lê-se na publicação.

Várias queixas nos últimos meses

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, manifestou-se preocupado com a situação, indicando que o município já apresentou uma queixa ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR - já presente no local - e uma denúncia à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

"É uma situação recorrente. Nós temos feito queixas. Há menos de seis meses houve uma vistoria à indústria, que teve uma conclusão. Eles (indústria) cumprem com quase todos os requisitos para poder laborar mas houve ali algumas coisas que foram notadas, alguns melhoramentos, algumas situações específicas que eles têm de introduzir, mas nada de substancial", relatou.

O autarca sublinhou que tem seguido a situação com "muita preocupação", lamentando não se conseguir imputar até esta altura responsabilidades, já que a ribeira aparece poluída periodicamente.

"Isto não pode continuar assim, é demais. Não pode, nós não podemos aceitar. Nós temos de chegar a uma conclusão de onde vem a poluição rapidamente e tem de haver mão forte com quem faz este tipo de derrames para dentro da ribeira", acrescentou.

José Janela, dirigente da associação ambientalista Quercus, manifestou-se preocupado com o problema e reivindicou uma "investigação com caráter de urgência" a este caso.

"A Quercus vai averiguar melhor este caso no terreno, mas exigimos que a situação seja investigada com urgência", disse.

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