O aumento do crédito à habitação tem obrigado milhares de famílias a rever o orçamento familiar. Perante este cenário, há bancos que já estão a rever os contratos de crédito.
Comprar casa pode ser encarado como um grande passo na vida das famílias, mas os obstáculos são cada vez maiores. Com o aumento das taxas de juro e com o crédito à habitação cada vez mais alto, há quem tenha que mudar rotinas e alterar o orçamento familiar. Tudo, para conseguir pagar o crédito.
Sónia Borges é um exemplo: "Sou mãe solteira, com duas crianças de 5 e 7 anos, e tive um aumento considerável, de cerca de 200 euros”, conta à SIC Notícias.
O dinheiro gasto na alimentação mudou, os gastos com a escola – apesar de ser uma escola pública – são também contabilizados e o nível de vida da família muda.
“A nível de outro tipo de vida que tínhamos e agora não temos porque os créditos pessoais, créditos à habitação que temos de contrair, porque não conseguimos, são bastante pesados no orçamento em geral”, acrescenta.
Os exemplos repetem-se: num ano, Raquel Parreira passou a pagar mais 615 euros do crédito da casa.
"Em agosto de 2022 estava a pagar 585 e agora passou para 1.200. É bastante. Temos que fazer cortes, já não podemos ir de férias como íamos e temos que pensar melhor os nossos gastos."
Renegociar o crédito com o banco é muitas vezes opção que pode não chegar a todos. Os pedidos de reavaliação da casa ou de um certificado energético representam valores acrescidos e desmotivam algumas famílias de avançar com a renegociação.
O número de famílias em sobrecarga financeira para suportar os custos do crédito à habitação está a aumentar de forma significativa. Os bancos já estão a rever os contratos de crédito.
Segundo o Jornal Económico, os bancos CGD, BCP, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Crédito Agrícola renegociaram mais de 64 mil contratos de crédito à habitação, de acordo com dados avançados na apresentação dos resultados semestrais.