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Eleições europeias vão ser uma “prova de fogo” para Montenegro

O analista de Ciência Política, Bruno Costa, esteve na SIC Notícias a analisar o discurso de Paulo Raimundo na sua estreia na Festa do Avante! e o que poderá acontecer nas eleições europeias.

SIC Notícias

O secretário-geral do PCP, no encerramento da Festa do Avante!, no passado domingo, deixou duras críticas à política de contas certas do Governo e voltou a insistir na necessidade de aumentar salários e pensões.

Para Bruno Costa, analista de Ciência Política, Paulo Raimundo está a ter uma estratégia de comunicação e politico-eleitoral “muito clara”.

“Tem procurado evitar comentar temas polémicos ou temas que considera acessórios daquilo que são as principais preocupações dos portugueses”.

Para Bruno Costa isto é já uma preparação para os próximos desafios eleitorais e, em parte, uma forma de se distinguir dos outros líderes políticos.

Ao longo do discurso, foi notória a centralidade de quatro temas: "o regresso às aulas e a posição de defesa dos direitos dos professores, a defesa de um SNS público e muito mais abrangente e com várias propostas no setor da habitação”, listou o analista.

“Ao distinguir-se deste modo, Paulo Raimundo procura manter fiéis os tradicionais eleitores do PCP e procurar atingir, em termos eleitorais, uma classe média que vive precisamente estes problemas”, explicou Bruno Costa.

Porém, isto também tem as suas consequências, alertou ainda.

“Se não comenta as polémicas e se não entra no debate dos temas mais quente da atualidade que estão na agenda pública, obviamente que o espaço mediático do líder do PCP acaba por desparecer”, notou.

Eleições europeias “não vão ser fáceis para os principais partidos”

Bruno Costa acredita que estas eleições não são fáceis para os principais partidos, isto porque, “a participação eleitoral é muito mais baixa, rondando os 35 ou 40%. Há uma abstenção muito mais elevada e são eleições onde o voto útil funciona muito menos”, acrescentou.

Para o analista de Ciência Política, estas eleições vão ser uma “prova de fogo” para Luís Montenegro, uma vez que “não é certo, que numa eventual derrota, Luís Montenegro consiga manter-se na liderança do PSD.

A dificuldade acresce porque o Chega e a Iniciativa Liberal, “são partidos que não têm representação parlamentar em Bruxelas e com quase toda a certeza se irão estrear”, acabando “por limitar as possibilidades do PSD nessas eleições”, concluiu.

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