O Governo pediu ajuda a Bruxelas para enfrentar a crise na habitação. Numa carta enviada a Ursula von der Leyen, António Costa propõe que as dificuldades, vividas não só em Portugal mas em vários Estados da União Europeia, sejam uma prioridade para a Comissão Europeia.
O custo das casas e a falta delas é, para o Governo português, um problema que se estende além fronteiras. Por isso, deve ser discutido com Bruxelas. Segundo o jornal Expresso, António Costa enviou uma carta a Ursula Von der Leyen a pedir ajuda para que o problema da habitação se torne numa prioridade para a Comissão Europeia.
A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, sublinha a importância de “um debate a nível europeu” porque em Portugal há “problemas muito semelhantes ao que está a acontecer em todos os países da Europa”.
“A carta que o primeiro-ministro enviou é enviada todos os anos para a Comissão Europeia para definir as prioridades a nível europeu”, acrescenta Marina Gonçalves. Sublinha ainda que a habitação é uma “prioridade” do Governo e que, defende, deve também ser uma “prioridade” da Europa.
Nas prioridades da carta do ano passado, o Governo referiu os prazos de execução do plano de recuperação e resiliência (PRR). Este ano, Portugal pediu soluções para a fuga de talentos, para a recuperação de territórios ardidos. Mas o destaque é dado à habitação, uma das maiores dores de cabeça deste Governo, que contou já com um veto de Marcelo Rebelo de Sousa.
Na carta para Ursula Von der Leyen, António Costa diz que "a falta de oferta imobiliária é um problema em muitas cidades, e os encargos com a habitação têm vindo a subir, ocupando já um espaço significativo no rendimento mensal das famílias europeias". Por isso, "a Comissão Europeia deve estar atenta ao problema da escassez e dos altos custos da habitação".
Para a Iniciativa Liberal é um pedido de ajuda que demonstra o "falhanço" do programa do Mais Habitação. Para o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, ouvido pelo jornal expresso, não faz sentido que a Comissão Europeia de demita de um problema que afeta tantos jovens europeus.