O plano que promete arrumar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está traçado e corta pela metade os cargos de direção.
A partir de janeiro os hospitais e centros de saúde, da mesma região, vão passar a estar organizados em Unidades de Saúde Local (ULS) e passam a ter uma única administração.
Deixará de existir diretores nos centros de saúde e caem, também, os administradores dos, agora, chamados centros hospitalares.
Vejamos o exemplo do hospital de Santa Maria, que vai passar a integrar a Unidade Local de Saúde de Lisboa Norte, quem assumir os comandos da instituição será também responsável pelo funcionamento de todas as unidades que agora integram o agrupamento de centros de saúde da mesma região: Sete Rios, Lumiar, Telheiras, Monsanto e, ainda, Mafra.
"Agora somos todos da mesma equipa. Médicos de família nos centros de saúde ou médicos dos hospitais. Nada impede, em que de acordo com aquilo que for o melhor interesse e o melhor uso dos recursos daquela unidade local eu não tenha, por exemplo, médicos especialistas a ire frequentemente aos centros de saúde a irem ao encontro do doente. O que realmente muda aqui é o sistema de saúde andar atrás do doente", explica Francisco Goiana da Silva, da direção executiva do SNS
O novo modelo prevê, também, novas formas de financiamento. Uma avaliação anual irá definir os montantes a receber, não só pelo número de utentes, mas acima de tudo pelo risco associado.
Desde 2016 que todos os utentes têm o direito de escolher o local onde são tratados, principio que continuará a ser respeitado, mas ao contrário da prática atual o financiamento vai agora acompanhar o doente para a Unidade escolhida.
Os conselhos de administração das novas ULS devem ser nomeadas até ao final do ano, para além do presidente terão assento na liderança dois diretores clínicos, um vogal proposto pelo Ministério das Finanças e outro nomeado pelos municípios da região.
Ordem dos Médicos critica "secretismo" na reforma do SNS
A reorganização do SNS vai permitir que a transferência de doentes seja mais rápida, sempre que necessário, mas os sindicatos têm dúvidas e antes de avançar devia ter-se ouvido parte dos envolvidos evitando o "secretismo" de como foram delineadas medidas estruturais do SNS.
"As características desta reforma é ter siso desenvolvida num absoluto secretismo. Não sabemos exatamente quais sao as características destas ULS. Infelizmente, os exemplos de ULS que temos são de fracasso. Os hospitais com mais dificuldades estão, curiosamente, inseridos em ULS", refere o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.
O novo modelo de reorganização do SNS põe fim às administrações regionais de saúde, mas a direção executiva promete que todos os trabalhadores vão ser reintegrados.