A prestação média da casa, para quem tem crédito à habitação, aumentou mais de 40% em julho, face ao mesmo período do ano passado. A taxa de juro média nos contratos atinge máximos de quase 14 anos.
A subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) fez aumentar as prestações da casa para quem pediu dinheiro emprestado ao banco. A taxa de Euribor, que serve de referência no crédito à habitação, é influenciada pela subida das taxas do BCE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a taxa de juro implícita – a média ponderada do custo de todos os financiamentos para a compra de casa – fixou-se em 3,87% em julho. Isto representa um aumento de 0,23% face ao mês anterior. Trata-se do maior aumento dos últimos 14 anos.
A prestação média da casa também aumentou mais de 40% em julho face ao período homologo. Está, atualmente, em 370 euros mensais, em média. Um aumento de 9 euros face a junho e 106 euros face a julho do ano passado.
Mesmo assim, as famílias pagaram mais em juros do que amortizaram o empréstimo ao banco. Em média, 55% da prestação dos créditos à habitação corresponde ao pagamento de juros, já 45% diz respeito à amortização do capital.
Significa isto que, segundo as contas do INE, a prestação média de 370 euros traduziu-se em 204 euros em juros e apenas 166 euros em capital amortizado.
O INE revelou, ainda, que o capital médio em divida também aumentou 259 euros no mês de julho, face ao mês anterior, passando para 63.555 euros.
Já nos contratos celebrados nos últimos três meses a taxa de juro implícita (média) foi de 4,1% em julho – o valor mais elevado dos últimos 11 anos.
Em Portugal, quase 90% das famílias que tem crédito à habitação está sujeita à taxa variável – a Euribor que oscila diariamente nos mercados e que por isso aumenta sempre que o BCE também decide aumentar as taxas de juro. A próxima reunião dos governadores da zona euro acontece em meados de setembro.