Bordalo II, um artista plástico português, voltou a usar a sua arte parte para criticar um tema fraturante da sociedade portuguesa: a tauromaquia.
Na quarta-feira, o artista partilhou na rede social Instagram várias fotografias e um vídeo onde é possível ver o sinal que indica a direção para o Campo Pequeno, em Lisboa, pintado com tinta vermelha, em alusão ao sangue derramado pelos touros na arena.
O 'post' é acompanhado por uma legenda que reflete claramente a posição do artista relativamente à tauromaquia:
“Anti Tourada. Que o Campo Pequeno sirva apenas para espetáculos não barbaró-labregos”.
Opiniões dividem-se nas redes sociais
Claro está que as reações foram imediatas. Muitos seguidores não perderam tempo a criticar Bordalo II, dizendo que a ação do artista não passou de um mero ato de vandalismo e que, por isso, deve ser punido.
“Isto é um verdadeiro acto repugnante de vandalismo, que menospreza a nossa tradição e história! O respeito pelas raízes culturais é fundamental, e isto é inaceitável e vergonhoso!”, escreve um utilizador, enquanto outro questiona: “Danificar equipamento público. Agora vais pagar a limpeza é isso?”
Por outo lado, muitas pessoas saíram em sua defesa e elogiaram a ação. “Que seja um artista como tu a acordar os políticos deste país! Continua!!”, pode ler-se num dos comentários. “Bravo!! Não temos que ser todos metidos no mesmo saco! Um espaço público não tem nada que ter propaganda à tortura e violência contra os animais!”, comenta outro utilizador.
Sinais foram alterados em 2019
A sinalética que indica o caminho para o Campo Pequeno tinha sido substituída em 2019, durante o mandato de Fernando Medina. A imagem de um touro e de um toureio foi nesse ano tapada com um quadrado branco, por iniciativa do PAN. Mas, passados quatro anos, a decisão foi revertida, o que motivou o protesto de Bordalo II.
PAN critica decisão
Inês Sousa Real, líder do PAN, em declarações à SIC, diz que o partido já solicitou uma reunião com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e pediu um esclarecimento acerca da reposição das imagens presentes nos sinais.
"Muito nos espanta uma cidade que tem um provedor do animal, que se diz de respeito pela vida animal, esteja agora a promover a tauromaquia", refere a líder partidária.
Inês Sousa Real considera que esta decisão é um passo atrás, motivo pelo qual o PAN não vai “baixar os braços”.
"Vamos continuar a trabalhar para que haja abolição [da tauromaquia] e para que a praça de touros seja reconvertida", atira.