Os sindicatos dos médicos avisam que a proposta de aumento salarial de de 1,6% do Governo é inaceitável. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz mesmo que representa uma escravatura e defende a presença de um mediador para resolver o impasse nas negociações. Para 9 de agosto está marcada uma nova ronda negocial.
Depois de duas horas de reunião entre sindicatos dos médicos e Ministério da Saúde, a ronda negocial terminou sem acordo à vista e com os sindicatos a divergirem na solução para chegar a um entendimento.
As negociações duram há mais de um ano, mas como ainda não há acordo Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, confirma que a greve marcada para 01 e 02 de agosto, assim como uma concentração junto ao Ministério da Saúde, que servirá também para a federação de sindicatos entregar a sua contraproposta, irão avançar.
"A próxima reunião, a acontecer, deveria ser na presença de um mediador externo e independente, porque não se pode continuar neste impasse", adiantou à Lusa a presidente da federação
Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) vai apresentar uma contraproposta sobre a valorização da carreira na próxima semana ao Ministério da Saúde e manifestou-se contra um mediador para conduzir as negociações com o Governo.
O SIM não sente que tenha "qualquer capacidade diminuída para solicitar a uma terceira entidade para fazer parte do processo negocial".
"Rejeitamos em absoluto essa ideia que respeitamos, mas não só não tem qualquer enquadramento jurídico, como não faz qualquer sentido politicamente", considerou o dirigente sindical.
"Demonstra uma profunda má-fé por parte do Ministério da Saúde"
Segundo Joana Bordalo e Sá, a reunião de hoje com o Ministério da Saúde serviu para a FNAM receber formalmente a proposta que tinha sido enviada pelo Governo na madrugada de quinta-feira, por via eletrónica, o que aconteceu "ao fim de cerca de 15 meses" de negociações, o que "demonstra uma profunda má-fé por parte do Ministério da Saúde" neste processo.
A proposta da nova grelha salarial enviada pelo Governo chegou fora de horas, sabe a pouco é "indigna", dizem os sindicatos, que acrescentam que a proposta não compensa a perda do poder de comprar nem tem medidas para fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde e, por isso, vão avançar com uma contra proposta.