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Mondego: militares querem avaliação ao navio por perito independente

13 militares recusaram uma missão e alegaram falta de condições, mas a Marinha afirmou que a embarcação estava apta para navegar. A defesa dos acusados quer agora a reconstituição dos factos.

SIC Notícias

Os 13 militares acusados do crime de desobediência, no caso do navio Mondego, vão pedir a reconstituição dos factos. Os advogados de defesa querem que seja feita uma avaliação ao navio por um perito independente.

Foi no dia 11 de março que mais de uma dezena de militares do Mondego, que se encontrava no Funchal, recusaram-se a embarcar para cumprir uma missão.

Na altura queixaram-se que o navio não tinha condições de segurança. A ordem que tinham era para acompanhar a passagem do Akademik Tryoshnikov, a norte da ilha de Porto Santo. Um navio russo apresentado como um quebra-gelo de investigação científica.

A missão do vigiar falhou após quatro sargentos e nove praças se terem recusado a seguir viagem e por causa disso foram acusados pela Marinha de desobediência a uma ordem.

A defesa dos 13 militares acusados quer agora a reconstituição dos factos.

Baseando-se em boa parte num relatório feito por um perito do Tribunal Marítimo, que no entender dos advogados, mostrava que o navio tinha gravíssimos problemas de segurança que punham em risco a tripulação.

Os advogados que representam os militares querem ainda que seja realizada uma avaliação ao navio por um perito independente, sem dependência hierárquica do almirante Gouveia e Melo.

A defesa dos quatro sargentos e nove praças garante que no dia 11 de março o comandante do navio falou com a guarnição em voz baixa, quase a chorar, dizendo que não se sentia seguro para sair para o mar por falta de condições da embarcação.

Militares recusaram-se a participar em missão

Perante a recusa, o NRP Mondego não cumpriu na noite de 11 de março uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira.

Entre as limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem estava o facto de um motor e um gerador de energia estarem operacionais.

Os militares estão agora a ser alvo de um processo disciplinar interno e de um inquérito judicial. No primeiro, arriscam uma prisão disciplinar de um a 30 dias. No segundo, a pena de prisão pode ir dos dois aos oito anos.

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