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Operação Picoas: ex-chefe de gabinete de Sócrates suspenso de funções na Altice

Há, porém, duas versões diferentes sobre a suspensão de André Figueiredo. A Altice diz que a iniciativa foi da empresa, mas à SIC o ex-chefe de gabinete de Sócrates revela que foi ele quem tomou por sua iniciativa a decisão de se afastar de funções.

SIC Notícias

A Altice Internacional anunciou, esta quarta-feira, a suspensão de “vários” representantes, gestores e trabalhadores. O anúncio surge na sequência da Operação Picoas, que levou à detenção de três gestores e administradores da empresa por suspeitas de corrupção.

A SIC sabe que entre as pessoas que ficaram de licença fazem parte o responsável do imobiliário, a assistente e o chefe de gabinete do ex-CEO Alexandre Fonseca, André Figueiredo, que chegou a ser chefe de gabinete de José Sócrates, enquanto líder do PS.

Há, porém, duas versões diferentes sobre a suspensão de André Figueiredo.

A Altice diz que a iniciativa foi da empresa, que decidiu “iniciar uma investigação interna em Portugal e noutras jurisdições”, mas à SIC o ex-chefe de gabinete de Sócrates revela que foi ele quem tomou por sua iniciativa a decisão de se afastar de funções.

Saliente-se que André Figueiredo não é arguido nem suspeito na operação Picoas. A sua suspensão decorre do facto de ser chefe de gabinete de uma administrador [Alexandre Fonseca] que se encontra suspenso.

O que decidiu a Altice

Em comunicado emitido esta quarta-feira, a Altice International afirma que "continua a desenvolver as suas atividades no curso normal", na sequência da operação Picoas, e que vai continuar a conduzir o negócio "com a mais alta integridade" no melhor interesse de todas as partes interessadas.

O grupo de Patrick Drahi acrescenta que foi lançada uma investigação interna em Portugal e em outras jurisdições.

No documento, divulgado quase uma semana depois de a sede da subsidiária portuguesa, em Lisboa, ter sido alvo de buscas, o grupo refere que "toma nota de que as autoridades portuguesas identificaram que a Altice Portugal terá alegadamente sido defraudada em resultado de práticas prejudiciais e má conduta de certos indivíduos e entidades externas".

A operação Picoas, uma ação conjunta do Ministério Público (MP) e da Autoridade Tributária (AT) desencadeada a 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

"O Ministério Público português esclareceu que a sua investigação diz respeito a práticas lesivas sobre as quais a Altice Portugal e as suas subsidiárias são impactadas e, portanto, vítimas de fraude por parte de particulares", prossegue a Altice International, no comunicado.

A Altice International refere que está a trabalhar "ativamente" para proteger "os interesses do grupo e de todos 'stakeholders' [partes envolvidas] " e que a Altice Portugal está a fornecer "toda a cooperação" pedida pelas autoridades portuguesas e que continuará "disponível para qualquer clarificação" para ajudar a investigação em curso.

"Com efeitos imediatos, a Altice International irá rever e reforçar o processo de aprovação de todos os aprovisionamento, pagamentos, ordens de compra e processos relacionados tanto em Portugal como a nível da Altice International", salienta.

Além disso, o grupo e as suas afiliadas estão atualmente a rever os apropriados passos seguintes com os seus conselheiros legais e considerará todas as opções legais, em todas as jurisdições.

"A Altice International continua a desenvolver as suas atividades no decurso normal e continuará a realizar negócios com a mais alta integridade no melhor interesse de todos os 'stakeholders', com clientes e funcionários", remata.

[Notícia atualizada às 14:28]

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