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Rede de imigração ilegal: seis suspeitos ficam em prisão preventiva

Após serem presentes a um juiz no Campus da Justiça em Lisboa foi aplicada aos seis suspeitos, detidos pela PJ, a pena de coação mais grave.

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SIC Notícias

Os seis detidos numa megaoperação da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, para desmantelar uma rede de imigração ilegal foram, esta terça-feira, presentes a um juiz e foi-lhes aplicada a pena de coação mais grave: a prisão preventiva.

Por haver perigo de fuga, o juiz Carlos Alexandre entendeu haver necessidade de impor a medida mais gravosa.

Os seis suspeitos respondem pelos crimes de prática de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.

A investigação defende que os seis suspeitos aproveitaram uma lacuna na lei portuguesa para criar um esquema em que, a troco de milhares de euros, imigrantes em situação irregular conseguiam circular livremente pela Europa.

Alguns destes imigrantes pagavam 300 euros para dormir num beliche, sem condições, enganados pelas redes de auxílio à imigração ilegal.

De acordo com a PJ, a rede agora desmantelada proporcionava a imigrantes em situação irregular em toda a Europa a possibilidade de se deslocarem a Portugal no sentido de regularizar a sua situação junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras com vista à obtenção de autorizações de residência, na sua grande maioria recorrendo a documentos falsificados.

As explicações da PJ

A PJ sublinha que a operação policial foi desenvolvida em várias fases, nomeadamente com a execução e cumprimento de 18 mandados de busca domiciliária e seis mandados de detenção emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo esta ação incidência no centro de Lisboa, Vila Franca de Xira e margem sul do Tejo.

Aquela polícia avança também que foi feita fiscalização a estabelecimentos hoteleiros ligados à rede criminosa e que acolhiam imigrantes ilegais, tendo ainda as autoridades realizado abordagens na estrada a viaturas que transportavam imigrantes ilegais e que se preparavam para entrar em Portugal.

A operação envolveu a participação de cerca de 110 inspetores da Polícia Judiciária, contando ainda com o apoio do SEF e da ASAE, além de elementos dos países intervenientes nesta JIT (Joint Investigation Team).

A investigação foi iniciada em Portugal em fevereiro de 2022 e resultou de uma estreita cooperação com as autoridades judiciárias europeias, assumindo a EUROJUST, através de uma JIT, a coordenação das diferentes investigações, com o apoio da Europol.

A investigação, cujo inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, permitiu identificar 337 transportes entre Lisboa / Paris / Lisboa, no total de mais de 6.000 imigrantes ilegais.

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