Os chefes dos Guardas Prisionais desafiam todos os profissionais a apresentarem declarações de escusa de responsabilidades e avisam que muitos guardas estão em sério risco de esgotamento devido à falta de condições para o exercício da função.
Nas 49 prisões do país deviam estar mais de 520 chefes, de acordo com o quadro orgânico, o problema é que só há menos de metade e quase 40 estão de baixa.
"O absentismo está em níveis que nunca vimos. Já temos estabelecimentos a funcionar com convocatória de guardas de folga, isto é impensável. As pessoas estão a trabalhar num ambiente horrível", explica Hermínio Barradas, presidente da Associação Sindicatos do Corpo de chefias de Guardas Prisionais.
O último curso de chefes foi há 18 anos e o sindicato avisa que o esgotamento físico e psicológico já atingiu muitos profissionais. Cansado de esperar por mudanças, o sindicato das chefias lançou um desafio: apelou a todos os profissionais para que apresentem uma declaração de escusa de responsabilidade.
O sindicato alega "inércia do Governo" e a degradação das condições para trabalhar, que coloca em causa a própria segurança dos guardas.
“Se isto não surtir efeito temos muita ferramenta à disposição”, referiu.
A direção-geral das prisões foi contactada pela SIC e não quis comentar, referiu apenas que tem confiança que a ordem e a disciplina vão manter-se preservadas.
O mais recente relatório da Provedoria da Justiça avisa que das 49 cadeias do país, 33 estão sobrelotadas.