Uma pensionista que recebe apenas 305 euros por mês vai deixar de receber o complemento solidário para idosos. Além de perder o apoio do Estado, deixa também de ter direito à tarifa social de eletricidade, gás e água. Tudo porque os rendimentos da filha, que não mora com a mãe, entram também para as contas.
“Estou em pânico porque não perco só esses 81 euros, que fazem falta a qualquer pessoa, como perco também o apoio social da eletricidade, gás e água. Como deixo de ter o complemento solidário, deixo de ter essa ajuda também. A reforma desce e ainda passo a ter despesas maiores”, lamenta-se Helena Teixeira.
O complemento solidário para idosos é um apoio pago a pessoas com baixos rendimentos. Para a avaliação dos recursos, a Segurança Social tem em conta os rendimentos dos filhos, quando ultrapassam o terceiro escalão de IRS.
“Não entendo porque é que o rendimento da minha filha tem de entrar nas minhas contas, mas mesmo entrando, não se justifica que ela tenha de me ajudar, que ajuda como é lógico, uma vez que já vive tão mal. Ela quer comprar uma casa ou arrendar uma casa e não consegue, por isso está a viver com o pai e vem-me visitar pelo menos uma vez por semana e vamos sobrevivendo”, explica a pensionista.
Com uma renda que quase lhe leva a pensão por inteiro, Helena já tentou contactar a Segurança Social, sem que tenha ainda visto o caso resolvido, e pede ao Estado que reconsidere os critérios de atribuição dos apoios.