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Com eleições à vista, "Costa está preocupado em falar da oposição"

A ida para a Europa e o foco da oposição: estes foram os grandes temas do fim de semana que "assombraram" António Costa e Paulo Baldaia, comentador da SIC, analisa-os à luz da circunstância política em que se encontra.

Paulo Baldaia

O líder do PS, António Costa, acusou este domingo, no Funchal, as oposições de só quererem "discutir 'fait divers', casos e casinhos" e o PSD de dar o dito por não dito na promessa de descer o IRS. Paulo Baldaia, comentador da SIC, acredita que o PS e Costa estão a preparar as próximas eleições que serão importantes para o partido.

António Costa esteve no Funchal para jornadas parlamentares, mas na ótica do comentador da SIC e jornalista do Expresso Paulo Baldaia quase que parecia um comício, em campanha eleitoral.

Em primeiro lugar, após as especulações da semana passada sobre a pressão que Bruxelas está a fazer para António Costa ocupar um cargo de chefia na União Europeia, o primeiro-ministro esclareceu, mais uma vez, que não estará disponível até ao fim do mandato.

"As declarações são mais do mesmo, o primeiro-ministro tem dito sucessivamente que não pretende ocupar um cargo em Bruxelas, que ficará disponível em 2024 e os jornais dão como certo que compete apenas a António Costa decidir ser presidente do Conselho Europeu. Para já, depende dos resultados eleitorais. Perceber se o PS europeu perde mais força do que tem para perceber se há ou não lugar para um socialista nestes três altos cargos", explica Paulo Baldaia.

Por isso, o comentador da SIC considera ser “cedo” para Costa e relembra que Durão Barroso, antes de partir para a Europa e abandonar o cargo de primeiro-ministro, também insistia que ia permanecer para governar o país com estabilidade. Tal não aconteceu.

Já nos comentários que fez em relação à oposição, nomeadamente ao PSD, António Costa repete a expressão “casos e casinhos” e “fait divers" para eufemizar as circunstâncias.

“António Costa tem dito sempre casos e casinhos, entrou no léxico político, há coisas que são graves e outras menores com pouca sustentabilidade, a viagem a Budapeste a polémica tinha desaparecido. Costa está preocupado em falar da oposição, porque tem uma eleição a acontecer”, conclui.


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