A Polícia Marítima está a realizar uma megaoperação contra o tráfico de seres humanos na zona do Samouco, concelho de Alcochete, e no Montijo desde as 8h00.
Estão a ser cumpridos 10 mandados de detenção e cerca de 30 buscas domiciliárias. Centenas de imigrantes ilegais estarão a ser identificados.
As autoridades têm como objetivo travar uma rede de tráfico de pessoas, que estarão envolvidas na apanha ilegal de amêijoa.
A operação conta com 150 agentes da Polícia Marítima e tem a ajuda do SEF, da Autoridade Tributária, da Unidade Especial da PSP e dos Serviços de Informações de Segurança.
Espaço alvo de buscas "usado como habitação e tudo estava legal"
O titular do espaço diz estar disponível para colaborar com a justiça. A garantia foi dada pelo advogado Abel Correia que diz que o espaço era usado como habitação e que tudo estava legal.
Câmara de Alcochete defende `task-force´ para combater tráfico humano e mariscadores ilegais
O presidente da Câmara de Alcochete afirmou hoje que não está surpreendido com a megaoperação de combate ao tráfico de seres humanos a decorrer naquele concelho e defendeu a criação de uma `task-force´ para combater o problema.
"Não estou nada surpreendido. Aquilo que eu sempre sugeri foi que o Estado deveria criar uma `task-force´ onde as entidades estivessem todas unidas num só objetivo, que fosse, de facto, encontrar uma solução para este problema, tal como aconteceu, por exemplo, com o processo de vacinação", disse à agência Lusa Fernando Pinto (PS).
"De uma coisa não tenho dúvidas: todos os dias há um conjunto de crimes ambientais, económicos e de saúde pública, que são cometidos no estuário do Tejo. É um problema que não foi resolvido há quinze anos, quando era pequenino, e que se foi agravando progressivamente ao longo dos anos", acrescentou o autarca de Alcochete, no distrito de Setúbal.
Na localidade do Samouco todos os dias centenas de mariscadores, muitos deles imigrantes de origem asiática, dedicam-se à apanha ilegal de amêijoa.
O presidente da Câmara de Alcochete garante que nada o move contra os mariscadores, que em muitos casos fazem da apanha ilegal de ameijoa no estuário do Tejo o seu ganha-pão, mas reconhece a necessidade de se resolver o problema.
"Têm que se criar condições para que esta atividade deixe de ser ilegal, verificar se há possibilidade de se criar essas condições. E se houver, que isso de facto seja desenvolvido, para que as pessoas, legalmente, possam desenvolver essa atividade, devidamente regulamentada", defendeu.
"E que todos estes processos de origem criminosa possam desaparecer, porque nada abonam, não só o concelho de Alcochete, mas também o nosso país, até porque este é um assunto que extravasa já o nosso país e que envolve outros países. Daí as operações que já se têm desenvolvido de forma internacional", concluiu o presidente da Câmara Municipal de Alcochete.